VITÓRIA

Brasil é certificado pela OMS como país livre da elefantíase

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Elefantíase – Créditos: Reprodução

O Ministério da Saúde do Brasil anunciou a eliminação da elefantíase no território nacional, um marco importante na saúde pública do país. A confirmação foi feita por um representante da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), parte da OMS (Organização Mundial da Saúde), que entregou o certificado à ministra da Saúde, Nísia Trindade, em uma cerimônia em Brasília.

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A filariose linfática, popularmente conhecida como elefantíase, é uma doença causada por vermes transmitidos por mosquitos, provocando inchaço severo em membros inferiores e genitais. Além das limitações físicas, a condição frequentemente leva a discriminação. Durante anos, a doença afetou principalmente as populações mais pobres, especialmente aquelas sem acesso a saneamento básico adequado.

Quais foram as regiões mais afetadas pela elefantíase no Brasil?

Historicamente, os municípios de Olinda, Recife, Jaboatão dos Guararapes e Paulista em Pernambuco registraram o maior número de casos. A última transmissão confirmada ocorreu em 2017, em Jaboatão dos Guararapes. Essas regiões eram consideradas endêmicas pelo Ministério da Saúde, um cenário que destacou as desigualdades sociais no país, já que a falta de saneamento básico foi um fator crucial para a propagação da doença.

Durante a cerimônia, a ministra Nísia Trindade destacou que a filariose linfática era um vestígio do século 19, e reforçou que doenças como essa não só refletem como também intensificam as condições de pobreza e desigualdade. Esse panorama evidencia a interseção entre saúde pública e justiça social.

Como o Brasil conseguiu eliminar a elefantíase?

A luta do Brasil contra a elefantíase começou ainda na década de 1950, com estratégias que combinaram o uso de medicamentos antiparasitários e vermífugos, como a dietilcarbamazina (DEC), com melhorias significativas no saneamento básico nas áreas mais afetadas. Um esforço coordenado pela Saúde iniciado em 2013 focou na investigação da presença da doença e levou quase uma década para alcançar resultados significativos.

Em outubro de 2023, a OMS já havia retirado a doença da lista de problemas de saúde pública no Brasil, marcando um ponto crucial nesta trajetória de sucesso. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, elogiou o Brasil por seus esforços, classificando a eliminação como um alívio para as populações afetadas por esta condição dolorosa e estigmatizante.

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Qual é o impacto da certificação de eliminação da elefantíase para o Brasil?

Com a certificação, o Brasil se tornou o 20º país a eliminar a elefantíase, um reflexo dos esforços contínuos em melhorar as condições de vida e saúde da população. Este reconhecimento internacional não apenas celebra uma conquista histórica, mas também serve como um incentivo para o país continuar investindo em medidas preventivas contra outras doenças negligenciadas.

O sucesso do Brasil pode servir de modelo para outras nações que ainda enfrentam desafios semelhantes, destacando a importância de políticas públicas efetivas, investimentos em infraestrutura de saneamento e campanhas de conscientização que possam trazer um impacto duradouro na saúde global.

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