Cientistas identificaram o maior coral já registrado repousando nas águas do sudoeste do Oceano Pacífico. Este megacoral, localizado nas ilhas Salomão, pode ter mais de 300 anos e apresenta dimensões surpreendentes: é maior que uma baleia azul. A descoberta foi realizada por um cinegrafista a bordo de um navio da National Geographic, que explorava áreas remotas para estudar os efeitos das mudanças climáticas.
O coral, um exemplo magnífico da espécie Pavona clavus, mede 34 metros de comprimento, 32 metros de largura e 5,5 metros de altura. Este gigantesco organismo é uma colônia de inúmeras pequenas criaturas conectadas, conhecidas como pólipos, que constroem uma estrutura única e não um recife comum. O tamanho dessa “catedral submersa”, como descrita por seus descobridores, gerou entusiasmo e um profundo respeito entre os cientistas.
O papel do coral no ecossistema
Os corais são fundamentais para o equilíbrio marinho e o sustento humano. Compostos por inesperáveis pólipos, eles formam colônias rígidas que muitas vezes se expandem em vastos recifes. Essas estruturas não só hospedam uma rica biodiversidade marinha, mas também impactam diretamente a vida de cerca de um bilhão de pessoas, servindo de base para atividades econômicas como pesca e turismo. Segundo o Fórum Econômico Mundial, os recifes desempenham um papel vital ao protegerem as regiões costeiras e ajudam a garantir a sobrevivência de comunidades insulares.
Ao contrário de muitos recifes de corais que estão sob pressão do aquecimento dos oceanos, este especificamente foi encontrado em águas mais profundas. Esta localização estrategicamente mais fria pode ser o motivo de sua boa saúde e longevidade. Este fenômeno é especialmente relevante em tempos em que corais em todo o mundo enfrentam ameaças crescentes devido ao aumento das temperaturas do mar, um reflexo das mudanças climáticas globais.
Como a descoberta impacta na luta contra as mudanças climáticas?
A descoberta deste coral coincide com discussões internacionais na COP29, onde líderes mundiais debatem formas de mitigar os impactos das mudanças climáticas. As ilhas Salomão estão no centro dessas discussões. Trevor Manemahaga, o Ministro do Clima das ilhas, destacou a importância de proteger este tesouro subaquático para a economia local, que depende fortemente dos recursos marinhos.
“Queremos que o mundo saiba que este é um lugar especial e precisa ser protegido. Nós dependemos principalmente dos recursos marinhos para a sobrevivência econômica e, por isso, o coral é muito, muito importante. […] E é crucial e fundamental para a nossa economia garantir que o nosso coral não seja explorado”, afirmou em entrevista à BBC News.
Um olhar para o passado e futuro dos oceanos
O estudo desta estrutura de corais não só fornece insights sobre o presente, mas também oferece uma janela para as condições oceânicas passadas. Pesquisadores esperam desvendar aspectos do crescimento do coral ao longo dos séculos, o que pode levar a descobertas significativas sobre as mudanças climáticas ao longo da história dos oceanos.
Entretanto, mesmo com a presença desse grande coral, um recente relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza adverte sobre o risco de extinção de 44% dos corais em águas quentes. Esse dado, significativamente pior que a última avaliação em 2008, sublinha a urgência das discussões e ações práticas necessárias para proteger esses frágeis e importantíssimos habitantes dos mares.
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