17 horas de julgamento

Homem inocentado após três anos preso por tentativa de assassinato de criança é libertado

Um homem acusado de tentar matar uma criança de dois anos foi libertado após passar três anos preso injustamente.
Felipe foi acusado de tentar matar uma criança de 2 anos – Crédito: Reprodução/Rádio Itatiaia

Um homem acusado de tentar matar uma criança de dois anos foi libertado após passar três anos preso injustamente. Felipe, servente de pedreiro, foi absolvido pelo Tribunal do Júri de Betim, na Grande Belo Horizonte, após o julgamento comprovar sua inocência.

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O episódio ocorreu em abril de 2021, quando a criança foi brutalmente agredida em uma casa onde estavam apenas Felipe e a babá. Apesar de ter sido ele quem socorreu a menina, Felipe acabou apontado como suspeito principal e foi preso. Durante o julgamento, que durou 17 horas, a defesa conseguiu demonstrar que a acusação se baseava em uma investigação falha e parcial.

O que levou à absolvição no caso envolvendo uma criança?

A advogada de defesa, Thamiris Gradice, explicou à rádio Itatiaia que “no processo não tinha prova nenhuma a favor dele. A investigação foi feita toda apontando o Felipe como culpado. Foi quando iniciamos esse trabalho de investigação defensiva”.

Tive inclusive a vontade de me vestir de mendiga para apurar a verdade real dos fatos. Com isso, e também levantando a vida pregressa das pessoas envolvidas e fazendo algumas diligências de campo, conseguimos efetivamente demonstrar que o Felipe é inocente”, concluiu Thamiris.

O impacto de três anos de prisão

Agora em liberdade, Felipe relembra os momentos de angústia. “No momento, passou mil e uma coisa na minha mente. Primeiro, eu não entendia do que realmente estava sendo acusado. Só depois de uns três, quatro meses, fui ter ciência do motivo da minha prisão. Falei: minha consciência está tranquila, sei que não fui eu, então vamos ficar firme”, disse à rádio Itatiaia.

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A acusação teve um efeito devastador na sua vida, especialmente por se tratar de um crime contra uma criança. “A primeira sensação foi de medo. Aqui na rua, pelo menos, você pode tentar se esconder da população, mas lá dentro é mais difícil. Lá dentro, está tudo dentro de um quadrado”, desabafou.

A mãe de Felipe, Tereza Maria Pereira Ribeiro, compartilhou o alívio com a decisão: “Por mais defeitos que meu filho tenha, porque ele não é perfeito, ninguém é, eu sei que ele não seria capaz de judiar de ninguém. Creio que Deus agiu no tempo certo.

Felipe agora tenta retomar a vida e cuidar de seus filhos pequenos, mas o desejo por justiça permanece. “Quero sim que a pessoa que fez isso pague pelo que cometeu, porque é um crime contra criança. Sou pai também, senti a dor por ela.” O caso será reaberto pelo Ministério Público, e as investigações apontam para outra suspeita, atualmente em liberdade.

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