Ahmed al-Sharaa

“Apoiamos o direito à educação das mulheres e não somos uma ameaça”, afirma líder sírio

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Líder sírio – Crédito: Reprodução/X

Nas últimas semanas, uma discussão sobre a situação das sanções internacionais impostas à Síria após o longo período de conflitos civis ganhou força. Diversos líderes e entidades dentro do país têm clama pela suspensão dessas medidas, argumentando que seu impacto afeta principalmente a população, enquanto foram originalmente direcionadas ao regime Assad. À BBC em Damasco, o líder sírio Ahmed al-Sharaa afirmou que o país se encontra exausto pela guerra e não constitui uma ameaça para o Ocidente e nem para seus países vizinhos. Nesse sentido, ele suplicou pela suspensão das sanções à Síria.

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“Agora, depois de tudo o que aconteceu, as sanções devem ser suspensas porque elas foram direcionadas ao antigo regime. A vítima e o opressor não devem ser tratados da mesma forma”, disse o líder sírio.

O argumento central para a suspensão das sanções é que, com o atual cenário político, essas restrições econômicas não são mais justificáveis. O líder sírio entrevistado recentemente destacou que a população não deve ser punida da mesma forma que seus governantes. Essa abordagem busca distinguir entre vítima e opressor dentro do complicado cenário sírio, pedindo um tratamento diferenciado para o desenvolvimento futuro da nação.

Quais as perspectivas sobre o líder sírio e o futuro do país?

A caracterização do Hay’at Tahrir al-Sham (HTS) como uma organização terrorista é uma questão central no discurso político do país. O líder entrevistado defendeu que tal designação não deve continuar, argumentando que o grupo nunca teve civis ou áreas civis como alvo, e se consideram vítimas das ações do regime Assad. Essa reavaliação busca modificar a percepção internacional e facilitar uma nova ordem jurídica na Síria.

Essa reclassificação pode ter implicações significativas na maneira como a Síria se reintegra na comunidade internacional. A desassociação do HTS com rótulos extremistas poderia facilitar um ambiente mais propício para o diálogo e reconstrução. No entanto, é essencial que qualquer mudança de status seja acompanhada por ações que demonstrem um compromisso genuíno com a paz e a segurança.

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Um dos temores expressos por muitos observadores internacionais é a possibilidade de a Síria tomar um rumo similar ao do Afeganistão. No entanto, o líder sírio refuta essa comparação, ressaltando as diferenças culturais e estruturais entre os dois países. Ele aponta que a Síria possui uma mentalidade diferente e não é uma sociedade tribal, sugerindo que o país tem potencial para construir um caminho único em sua recuperação pós-conflito.

Essas distinções, segundo o líder, indicam que com políticas adequadas e inclusão social — por exemplo, na educação das mulheres — a Síria pode seguir um caminho independente rumo à estabilidade. As escolas e universidades já ativas em certas regiões são apresentadas como evidência desse compromisso com o desenvolvimento educacional, especialmente em áreas sob controle rebelde.

“Temos universidades em Idlib há mais de oito anos. Acho que a porcentagem de mulheres nas universidades é de mais de 60%”, disse ele.

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