O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou nesta segunda-feira (6) sua renúncia tanto ao cargo quanto à liderança do Partido Liberal. Ele permanecerá como chefe de governo até que um novo líder seja escolhido.
“Pretendo renunciar ao cargo de líder do partido, como primeiro-ministro, depois que o partido selecionar seu novo líder”, declarou Trudeau a repórteres em Ottawa.
IT HAPPENED!
Justin Trudeau has RESIGNED! pic.twitter.com/kSIxE46eKX
— Russell Brand (@rustyrockets) January 6, 2025
Parlamento canadense será suspenso
Durante o pronunciamento, Trudeau confirmou que o Parlamento do Canadá ficará suspenso até 24 de março, enquanto o Partido Liberal decide seu próximo líder. “O Parlamento está paralisado há meses após o que foi a sessão mais longa de um Parlamento minoritário na história canadense”, afirmou.
A retomada das atividades estava prevista para 27 de janeiro. Entretanto, com a suspensão, o Parlamento não poderá votar moções de desconfiança até pelo menos maio, atrasando os planos de partidos opositores de derrubar o governo.
A renúncia ocorre em meio a um contexto de baixa popularidade. Nos últimos dois anos, Trudeau enfrentou críticas por preços elevados, escassez de moradias e escândalos que minaram sua imagem pública. Pesquisas recentes indicam que o Partido Liberal perderia por ampla margem para os conservadores, independentemente de quem assumir a liderança.
A trajetória de Justin Trudeau
Justin Trudeau é filho de Pierre Elliot Trudeau, ex-primeiro-ministro do Canadá. Ele iniciou sua carreira política em 2008, quando foi eleito para o Parlamento. Em 2013, assumiu a liderança do Partido Liberal e, dois anos depois, tornou-se primeiro-ministro ao derrotar Stephen Harper, após uma campanha focada em valores progressistas.
Reconhecido como um dos líderes mais jovens do país, Trudeau destacou-se no cenário global por sua oposição a líderes conservadores, como o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, sua popularidade começou a declinar após controvérsias, como a divulgação de fotos dele em blackface e a renúncia de sua ex-ministra das Finanças, Chrystia Freeland.
Nos últimos anos, a insatisfação com sua gestão cresceu, intensificada por questões econômicas e pressões políticas. O cenário de desgaste culminou na decisão de deixar o comando do Partido Liberal e o cargo de primeiro-ministro.
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