responsabilização por conteúdos

‘Não pode 2 ou 3 acharem que podem ferir soberania’, critica Lula ao se referir à Meta

Nesta quinta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com mudanças recentes anunciadas pela Meta.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta quinta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com mudanças recentes anunciadas pela Meta, empresa responsável por redes sociais como Facebook e Instagram. Durante conversa com jornalistas, o líder brasileiro destacou a importância de proteger a soberania dos países em relação à atuação de grandes plataformas digitais.

Publicidade

Nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação“, declarou Lula, em referência às medidas anunciadas pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, na última terça-feira (7).

O que muda com as novas regras da Meta?

Entre as alterações anunciadas por Zuckerberg, destaca-se o fim do trabalho de verificadores de fatos independentes, conhecidos como “fact-checkers”, na moderação de conteúdos nas redes sociais. O executivo afirmou, em vídeo publicado no Instagram, que essa prática “destruiu mais confiança do que criou” e que a nova abordagem vai reduzir os erros na remoção de postagens.

Além disso, a Meta planeja focar seus esforços na moderação de violações graves ou ilegais, deixando casos de menor gravidade para serem resolvidos por denúncias dos próprios usuários. Outra mudança inclui a possibilidade de usuários adicionarem correções a postagens com informações imprecisas, inspirando-se nas “notas da comunidade” implementadas pelo X, antigo Twitter.

No entanto, Zuckerberg foi além ao criticar supostas ordens de “remoção silenciosa” de conteúdos, atribuídas a “tribunais secretos” na América Latina. A declaração foi interpretada por integrantes do governo como uma referência indireta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que tem enfrentado questões judiciais envolvendo redes sociais, especialmente o X, propriedade de Elon Musk.

Publicidade

Impactos no cenário político

As mudanças também reacendem debates sobre o papel das redes sociais na política global. Zuckerberg elogiou o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizando possível alinhamento com o político republicano. Esse gesto foi visto como uma tentativa de aproximação com líderes conservadores, especialmente em um momento em que a Meta busca ampliar sua influência no debate público.

No Brasil, as mudanças geram questionamentos sobre a responsabilidade das plataformas no combate à desinformação. A Meta planeja descentralizar sua equipe de moderação nos Estados Unidos, transferindo-a da Califórnia para o Texas, enquanto conteúdos políticos voltam a ganhar destaque no feed do Facebook e do Instagram.

Com essas medidas, a gigante da tecnologia enfrenta pressões por decisões que podem afetar diretamente a dinâmica da comunicação e a regulamentação digital em países como o Brasil.

Publicidade

Leia também: O que vai mudar? Mark Zuckerberg anuncia novas regras nas redes sociais: ‘Muita censura’

Publicidade

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.