
Fascinado e intrigado pelas pausas e hiatos presentes tanto nas conversas como nas atuações de Fernanda Montenegro, Joaquim Falcão, professor de Direito Constitucional e também membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), recorre a pensadores e artistas de vários campos do saber para decifrar a força dos silêncios na grande atriz. A publicação “Pausa & Linha: o poder em Fernanda Montenegro” (Edições Pinakotheke, 2025), com 156 páginas e formato de 21 x 27 cm, contém 20 QR codes que levam o leitor a desenhos, imagens, fotos, animação e voz. A escritora Rosiska Darcy de Oliveira, da ABL, escreve na orelha do livro. A partir de 12 de março, o livro poderá ser encontrado nas livrarias físicas e online.
Professor de Direito Constitucional, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), da Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABD-Const), conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), Joaquim Falcão atribui ao acaso o fato de ter estado ao lado de Fernanda Montenegro três vezes em ocasiões ligadas à posse da grande atriz na ABL, em 25 de março de 2022. As pausas percebidas durante as falas de Fernanda o fascinaram, e ele decidiu investigar o mais amplamente possível o poder que elas emanavam. Três anos depois sua pesquisa resulta no livro “Pausa & Linha: o poder em Fernanda Montenegro” (Edições Pinakotheke, 2025).
A escritora Rosiska Darcy de Oliveira, da ABL, escreve na orelha do livro: “Ele (Joaquim) se move na coreografia de sua ampla cultura e nos leva, a cada movimento, a um ponto de vista. De todos, ele observa Fernanda. Fernanda, no centro do diamante, as facetas da mulher, da atriz, da acadêmica que interpreta a si mesma”.
Fernanda Montenegro e Joaquim Falcão
O interesse pelas pausas e silêncios de Fernanda Montenegro ganhou corpo na investigação de Joaquim Falcão quando ele teve em mãos o discurso de 32 páginas proferido por Fernanda em sua posse na ABL. Nas folhas havia curiosas marcações, símbolos, linhas, que se para a artista eram “apenas rabiscos, meu Deus!”, para ele era fonte fascinante, um mapa a ser decifrado. Retiradas as palavras, restando apenas os sinais, para Joaquim Falcão aquelas linhas se assemelhavam aos trabalhos da artista plástica Mira Schendel (1919-1988).
“Percorri minha memória”, continua o autor. “Lembrei-me das pausas no início da sua entrevista preferida, concedida ao programa ‘Sangue Latino’, do Canal Brasil, em 2017”. [Apresentado pelo escritor e jornalista Eric Nepomuceno, e dirigido por seu filho Felipe Nepomuceno].
Outros artistas povoaram as reflexões de Joaquim Falcão, como o pintor pernambucano José Cláudio (1932-2023), a portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), Antonio Bandeira (1922-1967), Darel Valença Lins (1924-2017), Fayga Ostrower (1920-2001) e Cézanne (1839-1906). No campo da música, Falcão menciona Gilberto Gil (1942), Stravinsky (1882-1971) e lembra a frase de Miles Davis (1926-1991): “O importante não são as notas que você toca. Mas as notas que você não toca”.
O autor aproxima o leitor a vários pensadores. De maneira fluida e atraente, estão presentes no livro o educador Paulo Freire (1921-1997), os filósofos Umberto Eco (1932-2016), Jean Piaget (1896-1980) e Adorno (1903-1969), o cientista político Christian Lynch, entre muitos outros. Da mesma forma, o bailarino e coreógrafo russo Nijinsky (1889-1950) contribui para que Falcão descreva a grandeza de Fernanda Montenegro como intérprete.
* Fonte: Assessoria