colapso ambiental

Mudanças climáticas abrem caminho para nova extinção em massa, alerta cientista

O impacto das mudanças climáticas pode levar o planeta a um colapso ambiental de grandes proporções. O alerta foi feito pelo Hugh Montgomery.
O Brasil foi escolhido como sede da conferência por ser o país anfitrião da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O impacto das mudanças climáticas pode levar o planeta a um colapso ambiental de grandes proporções. O alerta foi feito pelo Hugh Montgomery, médico e diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, durante evento internacional realizado nesta terça-feira (8), no Rio de Janeiro. O cientista britânico afirmou que o mundo caminha para uma extinção em massa se não houver uma reversão urgente na trajetória atual.

Publicidade

Montgomery foi um dos palestrantes da abertura do Forecasting Healthy Futures Global Summit, encontro que discute os efeitos do clima sobre a saúde. O Brasil foi escolhido como sede da conferência por ser o país anfitrião da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro.

Segundo ele, a situação já é crítica. “A maior e mais rápida que o planeta já viu, e somos nós que estamos causando isso”, afirmou, ao se referir à extinção de espécies em ritmo acelerado. A tendência, de acordo com o pesquisador, é que o desaparecimento de formas de vida se intensifique caso a temperatura média global atinja 3 °C acima dos níveis pré-industriais. Em 2024, o aumento foi de 1,5 °C, marca histórica desde que os registros começaram. A previsão é que, se nada mudar, o mundo alcance 2,7 °C até o fim do século.

Como as mudanças climáticas aceleram o colapso do Ártico?

As consequências podem ser ainda mais graves do que se imagina. Para o cientista, mesmo aumentos menores — entre 1,7 °C e 2,3 °C — já representam risco real. “Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico“, disse. Isso afetaria a Circulação Meridional do Atlântico, corrente oceânica essencial para o equilíbrio climático global, e levaria à elevação do nível do mar em vários metros nas próximas décadas.

Além do dióxido de carbono, Montgomery chamou atenção para o metano, que possui potencial poluente 83 vezes maior e é liberado principalmente na produção de gás natural. Para ele, enfrentar o aquecimento global não é só uma questão ambiental. É também uma urgência econômica. Segundo suas projeções, os danos causados pelas mudanças climáticas podem reduzir em até 20% ao ano o desempenho da economia mundial a partir de 2049 — uma perda estimada em US$ 38 trilhões anuais.

Apesar da necessidade de adaptação às novas condições climáticas, ele reforça que isso não é suficiente: “Mas isso não pode ser feito em detrimento de uma redução drástica e imediata nas emissões, porque não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura“.


Leia também: O que são pirossomas? Criaturas surgem nos EUA e preocupam cientistas

Publicidade

Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.