Inpe pode desligar até agosto supercomputador devido a corte de verbas

O aparelho realiza previsão de estiagem e sem ele o governo ficaria sem dados sobre agravamento da crise hídrica

Inpe pode desligar até agosto supercomputador devido a corte de verbas
Tupã, supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) (Crédito: Divulgação)

O Tupã, supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é responsável pela previsão do tempo e do clima, pode ser desligado até agosto pela primeira vez na história por falta de energia elétrica devido ao corte de verbas.

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O equipamento consegue enviar dados ao governo sobre estiagens. De acordo com o diretor do instituto, Clezio de Nardin, caso isso aconteça, o governo ficaria sem essas informações para monitorar o problema de crise hídrica que ocorre atualmente em vários estados.

Em 2021, o governo federal previu ao instituto R$ 76 milhões, mas apenas R$ 44,7 milhões foram liberados, o menor orçamento da história segundo o portal G1. O valor é 18% a menos que em 2020.

“A falta de verba forçou decisões como o desligamento do Tupã que, só em energia elétrica, consome R$ 5 milhões por ano.”

A proposta do diretor do Inpe é desligar parte da operação do supercomputador, mantendo só a previsão do tempo, não as previsões de clima, um impacto direto do corte de verbas. “Nós vamos ter que deligar uma parte, ou fechar parte do Inpe, eu já cheguei no mínimo, no fundo do poço”, disse o diretor para o G1.

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Resposta do governo federal

De acordo com a reportagem do G1, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações sobre o orçamento foi procurado desde o dia 31 de maio. O portal questionou o ministério sobre o orçamento do Inpe e sobre os riscos de um apagão de dados para ações do próprio governo em situações de crise, mas não obteve retorno.

A Agência Espacial Brasileira (AEB), que fornece parte dos recursos do Inpe, disse que foi impactada pelo corte no orçamento e que trabalha para evitar que o Programa Espacial Brasileiro seja impactado com a situação “preservando projetos em andamento e garantindo o desenvolvimento das atividades espaciais no país”.

O G1 também procurou o Ministério de Minas e Energia, Ministério da Economia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mas não obteve retorno de nenhum deles.

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