Tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes) para preservação e reflorestamento de biomas utiliza realidade virtual para o monitoramento dessas áreas recuperadas pela empresa no país e também para educação ambiental. A região da Caatinga, no estado do Rio Grande do Norte, foi escolhida como protótipo para aplicação da tecnologia e agora, com o lançamento do projeto na dimensão 360 graus, a Petrobras abre a possibilidade de pesquisadores e técnicos utilizarem a tecnologia como ferramenta de trabalho e, para as pessoas interessadas, dá oportunidade de caminharem por trilhas no meio da Caatinga sem precisar sair de suas casas, estimulando a educação ambiental. Tudo isso por meio de recursos gráficos, drones e imagens em 360 graus.
Veja aqui o passeio 360:
O engenheiro de meio ambiente do Cenpes, Frederico Santos Machado, disse hoje (28) à Agência Brasil que a Caatinga é um ecossistema particular, que apresenta diferenças nos períodos distintos de seca e chuva. “A diferença é impressionante”. A plataforma digital multimídia Caatinga 360 dá ao visitante a oportunidade de ver a mudança da vegetação nos períodos de seca e úmido, o que ressalta a importância da chuva para aquele ecossistema. Segundo Machado, o Caatinga 360 permite que o monitoramento das áreas seja feito de maneira eficaz, com menos custos e sem riscos de acidentes. “É mais eficaz que um relatório”, salientou.
Inspeção
A cobertura da copa das árvores ajuda os técnicos da Petrobras a detectar se a recuperação daquela área está sendo positiva. “Se (a copa) estiver muito fechada, a recuperação está indo bem”, explicou Machado. “Essa tecnologia permite fazer a inspeção do ambiente e pode avaliar aspectos técnicos da vegetação. Ver se aquela vegetação que a Petrobras está recuperando está indo bem ou não, se precisa de alguma correção”, acentuou o engenheiro.
Machado destacou que a tecnologia foi criada com objetivo de auxiliar a Petrobras no monitoramento das áreas que estão sendo recuperadas, sem necessidade de visitas presenciais e sem trazer riscos às equipes. “O Caatinga seria como um protótipo mais voltado para a questão ambiental. O Caatinga é mais técnico”, afirmou o engenheiro de meio ambiente do Cenpes. O projeto foi desenvolvido pelo Cenpes, em parceria com a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), Fundação Guimarães Duque (FGD) e a Empresa Mapeio Inovação e Tecnologia, contratada pela universidade.
O Caatinga 360 permite acesso a uma visita virtual e interativa em três tipos de vegetação conservados do Bioma Caatinga, na região do oeste do Rio Grande do Norte, além do acesso virtual a áreas preservadas que, tradicionalmente, possuem acesso difícil e restrito. A tecnologia do Cenpes foi apresentada à Petrobras e já começou a ser aplicada a projetos patrocinados pela companhia, por orientação da área de Responsabilidade Social da empresa.
Mata Atlântica
O primeiro projeto de educação ambiental aprovado para receber a tecnologia 360 graus foi o Projeto Guapiaçu, que faz uma visita virtual pela Reserva Ecológica de Guapiaçu, localizada no município de Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde os visitantes podem realizar trilhas pela Mata Atlântica, de suas casas.
Frederico Machado ressaltou que no Projeto Guapiaçu os visitantes têm direito a guia especializado e obtêm diversas informações sobre fauna e flora desse bioma, podendo ouvir, inclusive, sons dos pássaros que habitam a região. Com o patrocínio da Petrobras, o projeto já atingiu mais de 26 mil pessoas com atividades de educação ambiental e restaurou 160 hectares de áreas degradadas, com o plantio de 300 mil mudas de espécies nativas.
Segundo informou Frederico Machado, a ideia é dar continuidade ao projeto, gerando tecnologias que possam ser aplicadas a outros sistemas da biodiversidade, como o Cerrado e a Floresta Amazônica, entre outros, e também na recuperação ambiental de áreas de atuação da companhia. A ferramenta desenvolvida pelo Cenpes é inovadora, observou o engenheiro de meio ambiente. Outros projetos patrocinados pela Programa Petrobras Socioambiental poderão ser contemplados pela nova tecnologia.
Para o diretor de Transformação Digital e Inovação da Petrobras, Nicolas Simone, “a tecnologia é uma grande aliada na aproximação das pessoas com o meio ambiente, transpondo barreiras físicas, permitindo visitas virtuais em lugares de difícil acesso e despertando em todos a importância da preservação”.
(Agência Brasil)