Índia aumenta mistura de etanol na gasolina para 20%

A Índia começou as operações de mistura de 20% de etanol à gasolina colocando em andamento mais uma etapa do Programa Etanol, dois meses antes do estabelecido. A medida foi anunciada na segunda-feira (6) pelo primeiro-ministro indiano Narendra Modi na abertura da Semana da Energia da Índia 2023 (India Energy Week), principal evento do setor realizado no país.

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi, enfatizou a parceria entre os dois países. “Parabenizamos e celebramos junto com a Índia esse passo, que só é possível pelo comprometimento do governo indiano, junto com o setor privado e instituições públicas, unidos no propósito de alavancar a indústria do etanol, diversificando a matriz energética ao mesmo tempo que reduz emissões e melhora a qualidade do ar nas grandes cidades”, disse.

Desde 2019, o Brasil intensificou a cooperação técnica com a Índia para contribuir com o programa Etanol, tanto no âmbito governamental quanto do setor privado. Foram realizados eventos, seminários e visitas técnicas a campo, como parte da parceria entre os dois países. No âmbito do setor privado, a Unica e a Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (Siam, na sigla em inglês)  formalizaram um memorando de entendimento para cooperar na agenda.

O diretor executivo da Unica, Eduardo Leão de Sousa, destacou a vasta tecnologia brasileira no desenvolvimento do etanol como energia limpa. “A nossa experiência de quase 50 anos na produção e consumo do etanol em grande escala tem contribuído muito para essa agenda na Índia, particularmente nos temas de políticas públicas, novas tecnologias e padrões de qualidade do biocombustível. Essa troca de experiência não só criou as condições para que rapidamente aumentassem o nível de mistura do etanol na gasolina para 20% em 2025, mas também que já iniciassem a produção de veículos flex no país”, afirmou.

O uso de etanol, extraído da cana-de-açúcar, irá ajudar a Índia, que é o terceiro maior consumidor mundial de petróleo, a reduzir sua dependência de remessas do exterior. Atualmente, o país asiático depende em 85% das importações para atender suas necessidades de petróleo.

O biocombustível também ajudará a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), contribuindo para o compromisso firmado no Acordo de Paris. A meta é duplicar, até 2025, os atuais 10% de mistura de etanol na gasolina em todo o território nacional.