As recentes análises do observatório climático da União Europeia indicam que 2024 pode se tornar o ano mais quente já registrado na história. Essa previsão ganha força diante dos dados que mostram que, de janeiro a julho deste ano, as temperaturas globais superaram as médias históricas. O programa Copernicus, responsável por estas observações, registrou em julho de 2024 temperaturas 1,48ºC acima da média do período pré-industrial, destacando a continuidade do aquecimento global.
Ainda que o aquecimento climático já tenha demonstrado seus efeitos devastadores antes de 2023, a atual situação climática reforça a urgência de ações efetivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Esses eventos extremos são agora parte integrante do novo normal climático, segundo especialistas do Copernicus.
Como as mudanças climáticas estão impactando o mundo?
Os impactos das mudanças climáticas em 2024 são extenso e afetam diferentes regiões do mundo de maneiras distintas. No Mediterrâneo, as ondas de calor atingem níveis alarmantes, com eventos climáticos considerados impossíveis de acontecer sem o aquecimento global. Tais condições climáticas extremas têm contribuído para episódios recorrentes de incêndios florestais, afetando a biodiversidade e a vida humana.
A Ásia também viveu fenômenos extraordinários. A China e o Japão registraram julho como o mês mais quente de suas histórias. De forma semelhante, o Paquistão enfrentou inundações severas, exacerbadas por chuvas recordes. Tais eventos climáticos extremos evidenciam a necessidade de adaptação e mitigação contínuas às mudanças climáticas.
Por que 2024 pode ser o ano mais quente?
De acordo com o programa Copernicus, há uma anomalia de 0,70ºC nas temperaturas globais em relação à média registrada entre 1991 e 2020. Isso destaca a tendência de aquecimento contínuo do nosso planeta. A necessidade de as anomalias caírem para evitar que 2024 supere o calor de 2023 parece cada vez mais remota, especialmente considerando que os oceanos estão absorvendo a maior parte deste calor.
Além disso, as temperaturas oceânicas também merecem destaque. Em julho de 2024, a temperatura média na superfície do mar foi quase recorde. As altas temperaturas dos oceanos, apesar do término do fenômeno ‘El Niño’, mantêm o calor atmosférico elevado, com várias regiões relatando a continuidade das temperaturas acima do normal.
Quais as perspectivas para o futuro?
A secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial, Celeste Saulo, salienta que estamos vivendo um período de calor extremo sem precedentes, com pelo menos 10 países registrando temperaturas superiores a 50ºC. Esses fenômenos são alarmantes e sugerem que eventos climáticos extremos são uma realidade inescapável a menos que ações significativas sejam tomadas para mitigar as emissões de gases de efeito estufa.
Com base nos dados de 2024, fica claro que a maioria das emissões precisa ser controlada para alcançar um balanço climático mais estável. Focar em tecnologias sustentáveis e políticas ambientais robustas são passos críticos que não podem ser adiados. Assim, o papel das nações e das instituições internacionais é vital para criar um plano de ação eficaz e equilibrado para enfrentar o desafio das mudanças climáticas.
Siga a gente no Google Notícias