automutilação e maus-tratos

Adolescente de 14 anos é identificado como chefe de rede virtual criminosa contra menores de idade

No Rio de Janeiro, uma operação de grande escala foi deflagrada para desmantelar uma rede criminosa virtual
No Rio de Janeiro, uma operação de grande escala foi deflagrada para desmantelar uma rede criminosa virtual – Crédito: Canva Fotos

Em uma ação coordenada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, uma operação de grande escala foi deflagrada para desmantelar uma rede criminosa virtual. Esta organização era responsável por aliciar jovens para práticas ilícitas e perigosas, incluindo crimes de ódio e indução à automutilação. A operação, que ocorreu na última terça-feira, contou com a colaboração de Polícias Civis de sete estados e o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Entre os envolvidos, um adolescente de 14 anos, residente em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, foi identificado como um dos líderes da organização. As investigações revelaram que ele desempenhava um papel crucial na “engenharia criminosa” do grupo. A operação resultou na apreensão de computadores, celulares e documentos na residência do adolescente, além de outros mandados cumpridos em diferentes estados.

Como a operação foi estruturada?

A operação foi meticulosamente planejada e executada em nível nacional. No Mato Grosso do Sul, o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado, com o apoio técnico do Núcleo de Computação Forense do Instituto de Criminalística, cumpriu cinco mandados de busca e apreensão. Em Goiás, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos realizou mandados de internação provisória e busca e apreensão na casa de outro adolescente em Goiânia.

No total, cerca de 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, resultando em duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de adolescentes em estados como Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

Quais eram as atividades da rede criminosa?

A rede criminosa operava principalmente em plataformas criptografadas como Discord e Telegram. Nessas plataformas, adolescentes vulneráveis eram atraídos para participar de desafios que envolviam automutilação, maus-tratos a animais e a disseminação de discursos de ódio. Os jovens que se destacavam nessas atividades ilegais recebiam recompensas simbólicas como forma de incentivo.

As investigações apontam que a organização utilizava estratégias sofisticadas para cooptar e manipular os jovens, explorando suas vulnerabilidades emocionais e sociais. A atuação do grupo era ampla e bem estruturada, o que exigiu uma resposta coordenada e eficiente das autoridades.

Consequências legais para os envolvidos

Os investigados enfrentam acusações graves, incluindo associação criminosa, indução ou instigação à automutilação e maus-tratos a animais. As penas para esses crimes, quando somadas, podem ultrapassar 10 anos de prisão. As autoridades continuam a investigar o caso para identificar outros possíveis envolvidos e desmantelar completamente a rede criminosa.

Essa operação destaca a importância da cooperação entre diferentes órgãos de segurança pública e a necessidade de estratégias eficazes para combater crimes cibernéticos que afetam diretamente a juventude. As ações contínuas visam não apenas punir os responsáveis, mas também proteger potenciais vítimas de futuras ameaças.

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