Desmatamento da Amazônia cresceu 57% em três anos

Para o IPAM, os altos índices de desmatamento ficaram mais evidentes desde a eleição de Bolsonaro

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Em termos proporcionais ao tamanho do território, o Acre foi o que mais perdeu área de floresta e registrou o segundo maior aumento de área desmatada entre os triênios analisados, de 104%. (Crédito: Canva Fotos)

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) divulgado nesta quarta-feira (2), o desmatamento na região amazônica cresceu 56,6%. As áreas devastadas ultrapassam os 10 mil km² por ano, o que não ocorria desde 2008.

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Desde 2017, o Pará foi o estado com maior destruição de áreas florestais. No triênio 2019-2021, o Pará concentrou 43% do desmatamento do bioma, seguido por Amazonas (18%), Mato Grosso (16%) e Rondônia (13%). Outros estados, como Acre (7%), Roraima (2%), Maranhão (1%), Amapá (0,03%) e Tocantins (0,03%), juntos, somaram 11% do total.

O desmatamento em terras indígenas registrou alta de 153%, cerca de 1.255 km² de floresta foram derrubados no triênio da pesquisa. Já o desmatamento em unidades de conservação cresceu 63,7%, resultando em 3.595 km² derrubados.

Para o IPAM, os altos índices de desmatamento ficaram mais evidentes desde a da vitória presidencial de Jair Bolsonaro (PL). O órgão atribui a devastação do bioma a uma série de causas, entre elas o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, a redução de ações de combate ao desmatamento e da falta de punição a crimes ambientais.

Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM e principal autora do estudo, disse que o desmatamento tende a continuar elevado nas áreas pesquisadas. “Estamos subindo degraus rápido demais quanto à destruição da Amazônia e não podemos nos acostumar com isso. Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia. Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, afirmou Ane.

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