A recente ocorrência envolvendo um ataque na Praça dos Três Poderes, planejado e executado por Francisco Wanderley Luiz, trouxe à tona uma série de investigações por parte da Polícia Federal (PF). O incidente, que visava atentar contra autoridades em Brasília, gerou repercussão nacional, levando as autoridades a ouvirem várias testemunhas, incluindo familiares próximos do agressor, como seu filho.
Residente em Londrina (PR), o filho de Francisco concedeu depoimento à PF onde revelou uma mensagem de despedida deixada por seu pai. Inicialmente, a mensagem não foi compreendida em sua totalidade, mas, após a divulgação dos eventos relacionados ao atentado, o contexto tornou-se claro para ele. A mensagem é agora parte integrante do inquérito que tramita na Divisão Anti-terrorismo da PF, em Brasília.
Qual era o objetivo do ataque?
Além do depoimento do filho, uma ex-esposa de Francisco Wanderley relatou às autoridades que o alvo do ataque era o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O depoimento da ex-mulher revelou que Wanderley realizara buscas específicas na internet relacionadas ao ministro, o que indica premeditação em suas ações.
O histórico de pesquisas é um ponto crucial na investigação, pois pode esclarecer o nível de planejamento e a motivação por trás do ato extremista. Até o momento, o que se sabe é que o homem tinha convicções políticas, embora, segundo seus familiares, não fossem consideradas radicais.
As imagens com maior qualidade do atentado terrorista contra o STF até agora, obtidas pela @julianadalpiva. É possível ver o terrorista Francisco Wanderley Luiz atirando uma bomba contra a estátua que não explode e outras duas, uma contra o STF e outra para tirar a própria vida. pic.twitter.com/pBh9KpsyJu
— William De Lucca (@delucca) November 14, 2024
A mensagem à seu filho e a perícia no celular
Durante as investigações, a apreensão de um celular que supostamente pertencia a Wanderley, encontrado em um veículo utilizado por ele no ataque, é considerada chave. A PF deu início à perícia do aparelho na tentativa de extrair mensagens e dados que possam revelar cúmplices ou detalhar mais o plano original do atentado.
A partir das informações obtidas do celular e de documentos apreendidos na residência do autor em Rio do Sul (SC), a PF busca compreender se houve colaboração de terceiros e qual era o real escopo do ataque planejado por Wanderley. A expectativa é desvendar se havia uma rede de apoio ou se o atentado foi uma ação solitária.
Conforme as investigações avançam, a PF procura coletar depoimentos de todas as pessoas que possam ter informações relevantes sobre o ataque. Este processo inclui não apenas familiares, mas também pessoas do convívio de Francisco Wanderley que possam elucidar seu comportamento e intenções nas semanas que antecederam o incidente.