violência política

Terrorismo em Brasília: três vezes em que a Praça dos Três Poderes foi alvo de atos antidemocráticos

Brasília
Brasília já foi alvo de depredações em nome de atos antidemocráticos ao longo das últimas décadas – Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na noite de quarta-feira (13), um homem foi responsável por duas explosões e pelo incêndio de um carro na Praça dos Três Poderes em Brasília. Apesar de sua gravidade, o ato, que foi classificado como terrorista,  não é a primeira ameaça física às instituições da política brasileira.

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O que aconteceu em maio de 1989?

Em 1989, Brasília vivenciou um dos primeiros casos de invasões aos seus prédios governamentais. Durante o governo de José Sarney, o motorista João Antônio Gomes roubou um ônibus e invadiu o Palácio do Planalto. Este evento, ocorrido em 30 de maio, apesar de não ter resultado em vítimas, causou danos físicos significativos e trouxe à tona questões sobre a segurança dos espaços públicos da capital.

Nessa ocasião, Sarney estava em viagem e foi informado do incidente pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Já o motorista foi contido por agentes do Planalto e depois responsabilizado por suas ações.

Uma ameaça aérea

Menos de um ano antes da invasão com o ônibus, Brasília esteve novamente sob ameaça. Em 29 de setembro de 1988, Raimundo Nonato Alves da Conceição sequestrou o voo 375 da Vasp. Armado com um revólver, ele planejava colidir o avião no Palácio do Planalto. O ato, que envolveu mais de cem pessoas a bordo, destacou não apenas a vulnerabilidade aérea da capital, mas também a necessidade de protocolos de segurança mais rígidos.

O caos se instaurou quando o sequestrador feriu o co-piloto Ronaldo Dias e exigiu mudanças de rota. O comandante Fernando Murilo de Lima e Silva, por sua vez, conseguiu evitar a tragédia ao realizar manobras arriscadas e pousar o avião em Goiânia, num episódio que durou horas e testou a paciência e habilidades de todos os envolvidos.

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Eles chegaram a voar para Brasília, mas o comandante voou propositalmente por cima das nuvens. Dois aviões da Força Aérea Brasileira já acompanhavam o voo, preparados para derrubá-lo se a aeronave fizesse alguma aproximação perigosa.

Nonato mudou de ideia, e mandou o comandante voar para São Paulo. O comandante estava preocupado com a falta de combustível e, quando avistou o aeroporto de Goiânia, não pensou duas vezes, Fez uma manobra de alto risco, que deixou Raimundo desacordado.

Depois do pouso, o sequestrador acordou antes que o comandante pudesse pegar seu revólver. Então, ele liberou os feridos, mas manteve 90 reféns. Em seguida, exigiu outra aeronave para levá-lo a Brasília e cumprir seu plano.

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Um avião supostamente pronto chegou na pista algumas horas depois. Quando entrou, o criminoso se deparou com um agente da Polícia Federal. Após uma troca de tiros, Raimundo foi baleado e morreu enquanto se recuperava no hospital. A equipe médica suspeita que a causa da morte foi um envenenamento.

Atos golpistas em Brasília

Os atos de 8 de janeiro de 2023 marcaram mais uma tentativa de ruptura institucional no Brasil. Centenas de golpistas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As ações foram condenadas vigorosamente pela sociedade e continuam em análise pelas instituições.

Até agora, o STF já condenou 265 pessoas por participação dos atos – detas, 223 participaram de crimes mais graves, e 42 de crimes mais leves. O Supremo também fez acordos com 476 pessoas, e absolveu quatro cidadãos.

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