A Vai-Vai, uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo, fundada em 1930, e dona de 15 títulos do Carnaval, tornou-se um reduto da facção criminosa PCC, segundo relatórios de investigação da Polícia Civil.
Os documentos aos quais o UOL teve acesso fazem parte de um processo de lavagem de dinheiro que corre em segredo na Justiça de São Paulo e tem entre os alvos o então diretor financeiro e ex-presidente da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, o Beto da Bela Vista.
“Escola [Vai-Vai] que BBV [Beto Bela Vista] pertence ao quadro diretivo e sabidamente é reduto da mencionada facção criminosa [PCC], tendo, inclusive, procedendo há algum tempo atrás a expulsão de alguns componentes que eram policiais justamente por este motivo”, diz trecho do documento.
Os investigadores afirmam ter descoberto essa ligação após recebimento de uma série de denúncias apontando o envolvimento de Beto com o crime organizado e a realização de diligências de campo em endereços relacionados ao então diretor e também a outros integrantes da escola de samba.
Ainda conforme a polícia, dados obtidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) reforçaram as suspeitas de que ele, a mulher, a mãe e outras pessoas participem de lavagem de dinheiro.
Procurada, a Vai-Vai disse que Beto Bela Vista integra o conselho e foi diretor no mandato anterior, que terminou no final de 2022. “Ele é membro do conselho, foi eleito e nenhuma condenação inviabiliza sua atuação”, afirma a assessoria da agremiação.
A Vai-Vai também afirmou que, entre os seus quase 1.500 componentes cadastrados, há muitos policiais em diversos segmentos e alas, mas não deu detalhes da quantidade exata.
E a base tá como na Saracura.
Mulher pode sim.
Respeita as mina.
Ensaio de hoje no Vai-Vai rumo ao Carnaval 2024. pic.twitter.com/9ppBCvHuIx
— Zaga da PDM 🤍🖤🥁 (@PegadaMacaco) December 18, 2023