CARNAVAL PAULISTANO

Investigação da Polícia Civil aponta Vai-Vai como reduto do PCC

Segundo relatórios das autoridades, os documentos obtidos fazem parte de um processo de lavagem de dinheiro que corre em segredo na Justiça de São Paulo

Investigação da Polícia Civil aponta Vai-Vai como reduto do PCC
Luiz Roberto (esq), dirigente da escola Vai-Vai, e seu irmão, Luiz Eduardo; ambos são apontados como membros do PCC, segundo a Polícia civil de SP – Crédito: Reprodução de processo

A Vai-Vai, uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo, fundada em 1930, e dona de 15 títulos do Carnaval, tornou-se um reduto da facção criminosa PCC, segundo relatórios de investigação da Polícia Civil.

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Os documentos aos quais o UOL teve acesso fazem parte de um processo de lavagem de dinheiro que corre em segredo na Justiça de São Paulo e tem entre os alvos o então diretor financeiro e ex-presidente da agremiação, Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, o Beto da Bela Vista.

“Escola [Vai-Vai] que BBV [Beto Bela Vista] pertence ao quadro diretivo e sabidamente é reduto da mencionada facção criminosa [PCC], tendo, inclusive, procedendo há algum tempo atrás a expulsão de alguns componentes que eram policiais justamente por este motivo”, diz trecho do documento.

Os investigadores afirmam ter descoberto essa ligação após recebimento de uma série de denúncias apontando o envolvimento de Beto com o crime organizado e a realização de diligências de campo em endereços relacionados ao então diretor e também a outros integrantes da escola de samba.

Ainda conforme a polícia, dados obtidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) reforçaram as suspeitas de que ele, a mulher, a mãe e outras pessoas participem de lavagem de dinheiro.

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Procurada, a Vai-Vai disse que Beto Bela Vista integra o conselho e foi diretor no mandato anterior, que terminou no final de 2022. “Ele é membro do conselho, foi eleito e nenhuma condenação inviabiliza sua atuação”, afirma a assessoria da agremiação.

A Vai-Vai também afirmou que, entre os seus quase 1.500 componentes cadastrados, há muitos policiais em diversos segmentos e alas, mas não deu detalhes da quantidade exata.

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