indícios de premeditação

Mulher teria envenenado ovo de Páscoa por ciúmes e vingança, aponta polícia do MA

Uma criança de 7 anos morreu após consumir um ovo de Páscoa supostamente envenenado, em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão.
Material de suspeita de envenenar família com ovo de Páscoa no Maranhão foi apreendido – Crédito: Divulgação/Polícia Civil do Maranhão

Uma criança de 7 anos morreu após consumir um ovo de Páscoa supostamente envenenado, em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão. A mãe e a irmã dele seguem internadas em estado grave. A principal suspeita do crime é Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, presa na cidade de Santa Inês.

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Segundo a Polícia Civil do Maranhão (PCMA), a motivação do crime estaria ligada a um sentimento de vingança. A investigação aponta que a mulher agiu por ciúmes da atual companheira de seu ex-marido, uma das vítimas do envenenamento.

“Os indícios levam a crer, através de vários pontos investigados, que o crime foi motivado por vingança, por ciúme, tendo em vista que o ex-marido da autora é o atual companheiro ou atual namorado da vítima, que foi envenenada juntamente com seus dois filhos”, disse o secretário de Segurança do Maranhão, Maurício Martins.

Quem entregou o ovo e como a polícia chegou até a suspeita?

O caso começou a ser esclarecido a partir da análise de câmeras de segurança e depoimentos. De acordo com o delegado-geral Manoel Almeida, imagens mostram Jordélia comprando ovos de chocolate em uma loja especializada, disfarçada com peruca e óculos escuros.

A entrega foi feita por um mototaxista, localizado e ouvido durante as investigações. O depoimento do atual namorado da vítima também foi considerado crucial. Ao ser interrogado, ele revelou o histórico da suspeita com a família, o que reforçou os indícios de premeditação.

“Identificamos o hotel onde a suspeita se hospedou, a loja onde comprou o objeto, que é uma loja que vende produtos de ovo de Páscoa, no qual ela inseriu a substância que, tudo indica, ser veneno. Porque ainda não temos especificamente que substância é essa, pois está em análise o produto recolhido”, explicou Almeida.

Após a compra dos chocolates, Jordélia deixou Imperatriz em um ônibus intermunicipal. Ela foi abordada e presa assim que desembarcou em Santa Inês. Com ela, a polícia encontrou perucas, restos de chocolate, medicamentos e bilhetes de passagem.

“Ela chegou à cidade de Imperatriz na data de ontem (quarta-feira, dia 16), na parte da manhã. Ela teria saído de Santa Inês durante a noite e chegou durante a manhã à cidade de Imperatriz. E lá ela fez todo o planejamento para a entrega desse ovo de Páscoa, que foi entregue já no período da noite, na residência da vítima. Lá eles consumiram, e a primeira vítima já passou mal. Foram internados os três, e a criança veio a óbito. E ela (a suspeita) já estava retornando, de manhã, para Santa Inês. Ela pegou o ônibus na madrugada e foi abordada por nossas equipes, já chegando em Santa Inês, no período da tarde”, relatou o delegado Ederson Martins, adjunto operacional.

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Em depoimento prestado na Delegacia Regional de Santa Inês, Jordélia confirmou que comprou os chocolates, mas negou a adição de veneno. Apesar disso, os investigadores afirmam ter indícios suficientes da autoria.

“A gente pode dizer, com o que já colhemos até agora, que temos elementos suficientes para apontar essa autoria para essa pessoa que foi presa. Agora a gente vai esclarecer os detalhes. Que veneno foi esse, o tipo, isso a perícia vai apontar, para que possamos robustecer a nossa investigação e apresentá-la ao Judiciário”, afirmou Almeida.

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O Instituto de Criminalística recebeu amostras dos chocolates para análise, cujo laudo deve sair em até dez dias. Também foi solicitado exame toxicológico no sangue das vítimas e análise de todo o material recolhido com a suspeita.

“No momento da abordagem dela, já no ônibus, foi encontrado com ela realmente produto, chocolate, parte do chocolate que ela levou, bem como um granulado que, possivelmente, pode ser que tenha ali algum veneno misturado. Isso tudo vai ser levado para a perícia, para verificar se tem ou não veneno nesse chocolate, para fazer o link com o que foi entregue na residência da vítima”, acrescentou Martins.

A Polícia Civil investiga agora se houve participação de terceiros no crime. Jordélia Pereira Barbosa foi autuada em flagrante e responderá por homicídio e duas tentativas de homicídio. Ela permanece detida no Presídio de Santa Inês, à disposição da Justiça.

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