
A presença feminina em canteiros de obras e escritórios de engenharia já não é exceção. Mulheres têm ocupado funções técnicas, operacionais e de liderança, contribuindo diretamente para a transformação do setor da construção civil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da PNAD Contínua 2023, mostram um avanço significativo: em cinco anos, o número de mulheres na área cresceu 45%, passando de 193 mil para 279 mil profissionais.
Kethy Molina Marques é exemplo dessa mudança. Com duas décadas de experiência, ela começou como pintora e eletricista e se especializou como pedreira azulejista. Hoje, com sua própria empresa no setor da construção civil, atende clientes que a procuram justamente por se sentirem mais seguras com uma profissional mulher. Segundo Kethy, o mercado, antes moldado exclusivamente para os homens, passou a adaptar produtos e equipamentos à realidade feminina.
A ampliação do espaço das mulheres na construção civil passa também pela formação e inclusão. O Instituto Mulher em Construção (IMEC), por exemplo, capacita mulheres em situação de vulnerabilidade e vítimas de violência doméstica, oferecendo formação em áreas como elétrica, pintura e assentamento de pisos. Em quase 20 anos, mais de 7 mil mulheres foram formadas, e 83% delas colocaram em prática o que aprenderam, muitas reconstruindo as próprias casas.
Esse protagonismo foi evidenciado na FEICON 2025, a maior feira da construção civil da América Latina. O evento, realizado de 08 a 11 de abril em São Paulo, reuniu profissionais de destaque em debates sobre inovação, liderança e inclusão de gênero no setor. Painéis e palestras como “Construindo Igualdade” e a participação de lideranças como Bia Kern e Luiza Helena Trajano ressaltaram o papel essencial das mulheres na transformação da indústria.
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