
Recentemente, uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro desmantelou um grupo que utilizava a plataforma Discord para realizar atividades criminosas. Os integrantes, que usavam apelidos como Jihad, Sync, Mikay e Fearless, foram presos sob acusações que incluem tortura de animais, incitação à automutilação e apologia ao nazismo. A investigação, que contou com o apoio do Ciberlab do Ministério da Justiça, trouxe à tona um ambiente virtual onde a violência era glorificada e utilizada como meio de controle e pertencimento.
Bruce Vaz de Oliveira, de 24 anos, era o líder do grupo e se apresentava publicamente como ativista ambiental. No entanto, dentro do servidor, ele promovia atos de crueldade, como a tortura de animais, que eram transmitidos ao vivo para os membros. Essa duplicidade de comportamento revela um perfil manipulador e perigoso, capaz de enganar tanto o público quanto seus seguidores no grupo.
Como o grupo que torturava animais operava no Discord?
O grupo, conhecido como servidor 466, operava com uma estrutura hierárquica bem definida. Os líderes, incluindo Bruce, conhecido como Jihad, tinham controle absoluto sobre as atividades e interações dentro do servidor. Eles decidiam quem podia falar e promoviam sessões de violência como forma de entretenimento e coesão do grupo. As regras internas incluíam provas de lealdade e recompensas simbólicas para aqueles que obedeciam cegamente às ordens dos líderes.
Caio Nicholas Augusto Coelho, de 18 anos, identificado como Sync, era um dos principais articuladores do grupo. Ele não apenas assistia às transmissões de violência, mas também incentivava atos cruéis e racistas. Sua função principal era recrutar novos membros, especialmente adolescentes, para integrar o grupo e participar das atividades criminosas.
Quais eram as atividades criminosas promovidas?
As atividades do grupo não se limitavam ao ambiente virtual. Além das transmissões de tortura de animais, os membros também planejavam ataques físicos e promoviam desafios de violência entre os usuários. Mikay, um jovem de 17 anos, era conhecido por instigar automutilação e humilhação sexual, enquanto Kayke Sant Anna Franco, de 19 anos, conhecido como Fearless, participava de sessões de violência psicológica e planejava ataques a pessoas em situação de rua.
O grupo chegou a pichar a sigla “466” em um posto policial, demonstrando sua ousadia e tentativa de marcar território. As sessões de violência muitas vezes contavam com a participação de mais de 170 usuários simultaneamente, evidenciando a popularidade e o alcance das atividades criminosas promovidas pelo grupo.
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