Ação em Maceió

Operação da PF mira diretor, gerentes, técnicos e consultores da Braskem

A ação apura a atuação de duas empresas que prestavam consultoria para a Braskem: Modecon (RJ) e Flodim (SE)

A PF deflagrou mandados de busca e apreensão na operação que visa investigar sobre o afundamento do solo causado pela Braskem.
Policiais federais na sede da Braskem em Maceió – Crédito: PF-AL

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21), mandados de busca e apreensão na Operação Lágrimas de Sal, que visa investigar o afundamento do solo causado pela mineração de sal-gema feita pela empresa Braskem, na cidade de Maceió, em Alagoas.

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O blog da jornalista Camila Bomfim teve acesso aos alvos das buscas, que compõem a direção, a área técnica e a gerência da empresa. Veja abaixo quem são:

  • Diretor industrial da Braskem: Alvaro Cesar Oliveira de Almeida;
  • Gerentes de produção: Marco Aurélio Cabral Campelo; Paulo Márcio Tibana; Galileu Moraes;
  • Responsáveis técnicos: Paulo Roberto Cabral de Melo; Alex Cardoso da Silva.

A ação apura a atuação de duas empresas que prestavam consultoria para a Braskem: Modecon (RJ) e Flodim (SE) e também cumpre mandados na sede da Braskem em Maceió.

Nas buscas, a Polícia Federal mira documentos como pareceres, estudos, troca de e-mails, mensagens e conteúdos que possam esclarecer:

  • Se a empresa sabia dos riscos existentes;
  • Se sim, desde quando?;
  • Se omitiu documentos;
  • Se contratou pareceres dirigidos;
  • Quem teve conhecimento das informações internamente?;
  • E quem decidiu ou se omitiu na empresa durante esse processo de afundamento dos bairros?.

Na Operação Lágrimas de Sal, que faz referência ao “sofrimento causado à população”, segundo a PF, todos os alvos das buscas tiveram a quebra de sigilo telemático, por meio da qual a Polícia Federal poderá rastrear conversas por aplicativos de mensagens e por e-mail. 

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Em nota, a Braskem informou que “está acompanhando a operação da PF nesta manhã e informa que está à disposição das autoridades, como sempre atuou. Todas as informações serão prestadas no transcorrer do processo”.

Em 2018, o problema causado pela mineração de sal-gema pela Braskem foi percebido quando moradores do bairro Pinheiro notaram as primeiras rachaduras nos imóveis. Desde então, a situação se agravou, afetou outros quatro bairros e levou à evacuação de cerca de 60 mil pessoas.

No início do mês, uma das 35 minas abertas pela Braskem para retirar o minério ao longo dos anos entrou em colapso e se rompeu, dando início a um novo episódio de afundamento do solo.

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*sob supervisão de Camila Godoi

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