Os influenciadores Nélio Dgrazi, de Belo Horizonte, e Matheus Sales, de Rio Branco do Sul, foram alvos de uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR), acusados de promover rifas ilegais, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular. A ação também contou com a participação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e levou ao bloqueio de aproximadamente R$ 25 milhões e à apreensão de sete veículos de luxo.
Nélio Dgrazi, famoso por manobras com veículos de luxo e sorteios de carros e caminhões, possui mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram. Ele frequentemente posta vídeos de seus veículos e divulga seus sorteios. Já Matheus Sales tem mais de 480 mil seguidores em suas redes, esbanjando uma vida de luxo e divulgando rifas de carros de luxo, motocicletas e caminhões.
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Durante a operação, foram apreendidos um iPhone 12 Pro Max, com a assinatura da Rolex – marca de relógios de luxo – carros de alto padrão, um passaporte, um computador, uma máquina de contar cédulas e outros documentos.
Como funcionava o esquema de rifas dos influenciadores?
Conforme as investigações, as rifas promovidas por Nélio Dgrazi e Matheus Sales envolvem fraudes complexas onde os prêmios raramente saem do círculo dos influenciadores. De acordo com o delegado Gabriel Fontana, sorteios baseados na loteria federal são manipulados para que os valores continuem dentro do grupo criminoso.
Conforme explicou o agente de Polícia Judicial Cézar Giovane Ferreira da Silva ao G1, os veículos de luxo são anunciados e rifados em um estado, o “vencedor” geralmente é outro influenciador de um estado diferente, que pegava o mesmo veículo e o rifava novamente. “Alguns veículos eles realmente entregavam, realmente entregaram, mas outros não, faziam rodízio entre eles”, relatou.
A Justiça autorizou o bloqueio de aproximadamente R$ 25 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de sete veículos de luxo. Além disso, outros cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Rio Branco do Sul (PR), Itapema (SC) e Balneário Camboriú (SC), com apoio da PCMG em Belo Horizonte.
A operação visa coibir crimes como lavagem de dinheiro, associação criminosa e crimes contra a economia popular. Até o momento, a defesa dos investigados não se manifestou publicamente.