elemento altamente tóxico

Suspeita de envenenar bolo no RS pesquisou sobre arsênio antes do crime, aponta Justiça

Deise, presa sob suspeita de envenenar bolo que causou a morte de três mulheres, realizou buscas na internet sobre arsênio antes do crime.
Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar bolo que matou três pessoas no RS – Crédito: Divulgação

Deise Moura dos Anjos, presa sob suspeita de envenenar um bolo que causou a morte de três mulheres da mesma família em Torres (RS), realizou buscas na internet sobre arsênio antes do crime. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), houve “busca na internet, inclusive no Google shopping, pelo termo arsênio e similares”, conforme relatório preliminar extraído do celular da suspeita.

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Arsênio é um elemento químico altamente tóxico, cujo uso para matar ratos é proibido no Brasil. A substância foi a causa da morte das vítimas, segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP).

Como o veneno foi parar no bolo?

A diretora do IGP, Marguet Mittman, confirmou que “foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior”.

O arsênio foi encontrado na farinha usada para preparar o bolo. Das 89 amostras coletadas na casa de Zeli dos Anjos, que fez o doce, apenas a farinha apresentou contaminação.

A Polícia Civil investiga o caso como triplo homicídio duplamente qualificado e busca entender quem era o alvo de Deise Moura dos Anjos. “Ela teve a intenção de cometer o crime. Foi um crime doloso”, afirmou o delegado Marcus Vinícius Veloso.

As vítimas e o desfecho do caso

As vítimas fatais foram Neuza Denize Silva dos Anjos, sua irmã Maida Berenice Flores da Silva, e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. Todas passaram mal após consumirem o bolo no café da tarde do dia 23 de dezembro de 2024.

Zeli dos Anjos, de 60 anos, que preparou o bolo, foi hospitalizada e está em estado estável. Uma criança de 10 anos, que também ingeriu o doce, já recebeu alta. Segundo o delegado, as pessoas notaram um “gosto estranho” no bolo, e Zeli interrompeu o consumo quando surgiram reclamações.

Tão logo o menino de 10 anos comeu e também reclamou do sabor, ela meio que colocou a mão assim em cima do bolo, [e falou] ‘e agora ninguém mais come’. E as pessoas começaram a passar mal naquele momento”, relatou o delegado.

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Deise Moura dos Anjos está presa temporariamente no Presídio Estadual Feminino de Torres e responde por triplo homicídio duplamente qualificado. A prisão tem validade de 10 dias, prazo para a conclusão da investigação.

Leia também: Três pessoas morrem após ingerir bolo

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