A crescente onda de virose na Baixada Santista, a falta de água no litoral norte e os arrastões ocorridos no Guarujá-SP preocupam a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade, que representa mais de 500 mil empresas, recebeu relatos de cancelamentos de reservas nesta temporada e teme prejuízos no Turismo. Com receio de piora na situação – um “apagão” com a debandada dos visitantes – a entidade oficiou Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), para que o governador de São Paulo tome providências, no sentido de mitigar danos.
Entre os pedidos feitos pela Federação, em documento protocolado nesta terça-feira (7), está a articulação com autoridades sanitárias estaduais e locais para a adoção de medidas emergenciais e preventivas relacionadas ao surto de virose que afeta sobremaneira, desde meados de dezembro, o litoral sul. De acordo com a Fhoresp, embora este tipo de enfermidade seja mais comum nesta época do ano, há na Baixada Santista um “agravamento desproporcional” e que se funde a outro problema não menos importante: os arrastões.
“É um combo explosivo: virose em surto e arrastões. É o ‘apagão’ do nosso litoral. Dias atrás, turistas ainda foram assaltados e baleados no Guarujá. Um, infelizmente morreu. O Estado precisa intervir, nas áreas Ambiental, Sanitária e na Segurança Pública. Senão, o verão, um dos períodos mais fortes para o Turismo, será catastrófico para o setor. Essas ocorrências, afinal, afastam o turista. Sem contar que, muitos hotéis, restaurantes e bares do litoral dependem da alta temporada para sair do vermelho e compensar o baixo fluxo ao longo do ano”, alerta Édson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.
O litoral paulista é o destino preferido para as férias de verão e tinha taxa de ocupação esperada de 95% para a virada de ano, segundo a Fhoresp. Sobre a virose, o representante da entidade ainda faz um alerta quanto à confiança do turista para o resto do ano.
“Desde dezembro, milhares de pessoas que passaram pela Baixada Santista procuraram ajuda médica por conta de virose. Mesmo com as subnotificações, que são significativas, os contaminados, entre munícipes e visitantes, abarrotaram postos médicos e farmácias. Não se sabe se este surto está acontecendo por causa da água do mar, ou da água corrente. O problema é isso interferir na opinião do turista. Será que ele vai se sentir seguro em voltar para a Baixada Santista? A imagem do nosso litoral está seriamente comprometida”, complementa o representante da Federação.
Dias antes do Réveillon, moradores e visitantes de Santos-SP, de Praia Grande-SP e de Guarujá começaram a relatar casos de vômito, de dor abdominal e de diarreia. Unidades de Pronto-Atendimento (PA) ficaram super lotadas. Nas farmácias, também foi registrada a falta de remédios para combater os sintomas. A situação teve um pico nos primeiros dias do novo ano e ainda não está controlada.
“Os empresários do Turismo fazem investimentos em equipamentos, contratação de mão-de-obra extra e compram estoques maiores, pois, em regra, vão ter maior demanda nesta época do ano. Agora, o momento é de grande apreensão. Já temos relatos de cancelamentos de reservas, e não somente nos hotéis, mas, também, de locações residenciais de temporada”.
Édson Pinto também não descarta demissões no setor de Hotéis, Restaurantes e Bares, uma vez que, os prejuízos no Turismo da Baixada Santista já impactaram 52 setores da Economia. “Podemos ter, inclusive, desemprego, caso essa situação persista”, lamenta o executivo.
Falta de água
No ofício endereçado a Tarcísio, a Fhoresp aponta, ainda, a falta de abastecimento de água no litoral norte – outra região de alto fluxo nas férias de janeiro. “Sem água potável, a permanência dos turistas e o próprio funcionamento de todo o trade turístico acabam sendo prejudicados”.
Ver essa foto no Instagram
Leia também: Papai Noel é rendido e assaltado por dois criminosos no Guarujá, litoral de SP
Siga a gente no Google Notícias