O Banco Central (BC) aumentou o ritmo de alta dos juros. Assim, por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
Alta da Selic: O que explica?
Em comunicado, o Copom atribuiu a alta às incertezas externas. Além disso, mencionou os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo.
“O comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”, diz o comunicado.
A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após passar um ano em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões, de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto, e novembro, quando subiu 0,5 ponto.
Copom eleva a taxa Selic para 12,25% a.a.: https://t.co/cNwYKileob pic.twitter.com/bL1ozqk5Mq
— Banco Central BR (@BancoCentralBR) December 11, 2024
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial. É medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, teve queda de 0,39%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desaceleração foi puxada pela bandeira verde nas contas de luz e pela queda nos combustíveis, mas o preço dos alimentos, principalmente da carne, e das passagens aéreas continuou a subir.
O indicador acumula alta de 4,87% em 12 meses, acima do teto da meta de 2024. O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual neste ano. Portanto, o IPCA não poderia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5%.
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