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Congresso deve receber texto principal da reforma tributária nesta quarta-feira

Reforma foi aprovada 2023; governo federal que instituir mudanças ainda neste ano

Nesta terça-feira (28), o Congresso Nacional tomou uma decisão significativa ao derrubar o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um dispositivo do projeto que trata da saída temporária de presos em feriados, popularmente conhecida como "saidinha".
Congresso Nacional – Créditos: Reprodução/Agência Senado

O Ministério da Fazenda afirmou nesta terça-feira (23) que iria enviar ao Congresso Nacional o texto principal da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo. Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária, conformou que o projeto conta com quase 300 páginas, oito das quais revisam regras atuais que devem ser revogadas para o futuro.

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Aprovada no ano passado, a reforma irá tramitar como projeto de lei complementar. O documento aborda as normas comuns à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) (nível federal); ao Imposto sobre Bens e Serviços (esfera estadual e municipal); e ao Imposto Seletivo, cujo objetivo é desestimular o consumo de produtos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde.

“Fizemos opção de fazer essa construção conjuntamente com os estados e municípios, pois estamos tratando de dois tributos que terão a mesma legislação. Não teria sentido fazer uma proposta do governo, sem considerar os estados e municípios. Nesse processo, buscamos ouvir o setor privado. Seria o ideal colocá-los em consulta pública, mas o prazo do Congresso acabou virando uma limitação”, explicou Appy.

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A regulamentação da reforma

Esse texto será o primeiro de três enviados ao Congresso para alterar o sistema tributário nacional. Os outros dois projetos devem ser encaminhados nas próximas semanas, segundo Bernard Appy.

O próximo documento irá tratar do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), bem como o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). O secretário do Ministério da Fazenda informou que esse texto ainda precisa ser discutido com estados e municípios. Já último arquivo deve girar em torno do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR).

Para serem aprovados, os projetos de lei complementar precisam de maioria absoluta do Senado (41 votos a favor em um turno) e da Câmara (257 votos a favor em dois turnos). Projetos de lei ordinária e emendas, por outro lado, exigem um número maior de votos.

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O que muda com a reforma tributária?

O texto defende uma alteração nos cinco tributos existentes atualmente no Brasil (ICMS, ISS, PIS, IPI e Cofins). A ideia é que os impostos sejam transformados em um IVA federal e subnacional, cada um com um período de transição.

O IVA federal deve conter a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que entrará no lugar do IPI, PIS e Cofins. Quanto ao subnacional, o Imposto sobre Bens e Serviços irá repor o ICMS e o ISS.

Além disso, a reforma defende a classificação de um Imposto Seletivo, com uma taxa a mais em produtos que fazm mal à saúde e ao meio ambiente.

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O que está em jogo é o valor das alíquotas, que será definido através das lei complementares introduzidas pelo governo federal e discutidas no Congresso.

Próximos passos

Os projetos começam a ser tramitados na Câmara dos Deputados. O presidente da casa, Arthur Lia (PP-AL), irá designar o relator. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a preferência é pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) porque ele havia sido relator da PEC do ano passado.

Os textos passarão também pelo Senado. Similarmente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) deve escolher o senador Eduardo Braga (MDB-AM) para relatar porque ele havia sido encarregado de relatar a PEC em 2023.

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