Conab reduz estimativa para produção de grãos da safra 2021/2022

Um dos principais produtos exportados pelo Brasil, a soja deve amargar uma queda de produtividade de cerca de 9% em comparação à safra passada

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Apesar das adversidades climáticas decorrentes do fenômeno La Niña, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que produção brasileira de grãos na safra 2021/2022 será 5% maior que a do período anterior (2020/2021).

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Divulgado hoje (10), o 5º levantamento relativo à atual safra estima que os produtores devem colher cerca de 268,2 milhões de toneladas de grãos – cerca de 12,79 milhões de toneladas a mais que as 255,41 milhões de toneladas da temporada passada.

Ainda melhor que o resultado da temporada 2020/2021, o total esperado representa uma redução das expectativas em comparação ao boletim divulgado em janeiro, no qual a companhia estatal estimava que a produção nacional de grãos poderia atingir 284,4 milhões de toneladas. Volume que, se alcançado, representaria um incremento de 12,5% em comparação ao do período anterior.

Um dos principais produtos exportados pelo Brasil, a soja deve amargar uma queda de produtividade de cerca de 9% em comparação à safra passada. Segundo a Conab, 16,8% das lavouras dedicadas ao cultivo da oleaginosa já foram colhidas. E ainda que o plantio tenha ocorrido dentro da janela ideal, adversidades climáticas afetaram as principais regiões produtoras a partir de novembro, gerando uma expectativa de que a produção total nacional não ultrapasse 125,47 milhões de toneladas, enquanto as exportações do produto devem ficar na casa das 80 milhões de toneladas. No boletim anterior, a previsão era de que a produção da oleaginosa atingisse 140,50 milhões de toneladas e as exportações, 89,31 milhões de toneladas.

Já em relação ao milho, a Conab acredita que a produção se recupere das dificuldades iniciais e que os produtores consigam colher 112,34 milhões de toneladas do grão – resultado 29% superior ao de 2020/21. O resultado da primeira safra deve permanecer em 24 milhões de toneladas, ficando muito próximo ao total colhido na temporada passada. Já para a segunda safra é esperado    aumento de 47% na colheita, podendo chegar a 86 milhões de toneladas. A maior produção e o real desvalorizado frente as principais moedas devem favorecer a exportação de cerca de 35 milhões de toneladas de milho.

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Área cultivada

Devido tanto à redução da área cultivada, quanto a menor produtividade por hectare, a produção total de feijão deve se manter em torno das mesmas 3 milhões de toneladas do período anterior, sendo que a primeira safra da atual temporada deve apresentar uma queda na colheita de 4,2% – resultado que os técnicos da Conab acreditam que só não será pior porque a expectativa é que as próximas duas safras da leguminosa apresentem recuperação.

No caso do arroz, a Conab estima que a colheita deve atingir 10,57 milhões de toneladas. Resultado que, se confirmado, representará uma queda da produção em torno de 10%. O algodão, por sua vez, já está semeado em cerca de 79,6% da área destinada ao cultivo e a expectativa da estatal é que a produção cresça próximo a 15%, chegando a 6,6 milhões de toneladas. Além disso, a companhia estima que o volume do produto exportado deve ser 2,5% superior ao do último ano, alcançando 2,05 milhões de toneladas.

Em seu 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022, cuja íntegra está disponível na internet, a Conab aponta as questões climáticas como um dos fatores determinantes para o cenário previsto por seus técnicos. Informação que o presidente da estatal, Guilherme Ribeiro, destacou, em nota divulgada hoje.

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“O desempenho da atual safra sofre impacto da forte estiagem, verificada nos estados da Região Sul do país e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, que justifica as perdas expressivas nas produtividades estimadas, sobretudo nas lavouras de soja e milho”, sustenta o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro, em nota. “Mesmo com índices pluviométricos mais regulares em comparação ao registrado em dezembro do ano passado, a chuva registrada em janeiro na região Sul não foi suficiente para atingir a média em toda a região”, pondera Ribeiro.

(Agência Brasil)

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