Veja o que muda no BPC após as novas regras do governo

Veja o que muda no BPC após as novas regras do governo
BPC – Foto: Divulgação/Gov.br

O pacote fiscal elaborado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, introduziu diversas revisões no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Estas modificações fazem parte de um conjunto de medidas destinadas a controlar o aumento dos gastos do governo federal. O BPC é um programa essencial que atende especialmente aos idosos e pessoas com deficiência cuja renda familiar per capita é significativamente baixa.

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A proposta original do governo incluía alterações no critério de coabitação, fator crucial para a determinação da elegibilidade para o benefício. A intenção inicial era flexibilizar este critério, permitindo que contribuições de familiares que moram em residências separadas não impactassem negativamente a análise de renda familiar. Contudo, essa proposta encontrou resistências durante seu percurso no Congresso Nacional.

Quais foram as principais alterações no projeto inicial?

Durante a tramitação na Câmara dos Deputados, o projeto sofreu modificações importantes. Uma das principais mudanças foi a inclusão de uma nova regra para o cálculo da renda familiar. Segundo esta alteração, apenas os rendimentos de membros da família que coabitem seriam considerados para a concessão do benefício. Dessa forma, cônjuges ou parceiros que não residem sob o mesmo teto não impactaria o cálculo.

O relator do projeto na Câmara, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), argumentou que a nova formulação era essencial para evitar que muitos beneficiários perdessem o direito ao BPC por receberem suporte financeiro de familiares que não residem com eles. A preocupação principal era que tal situação deixaria muitos desamparados sem garantias reais de assistência externa.

Como será a atualização cadastral dos beneficiários?

Outro ponto significativo diz respeito à atualização cadastral dos beneficiários do BPC. Inicialmente, o texto do governo previa que essa atualização ocorresse a cada dois anos, visando a redução de fraudes. Contudo, a Câmara dos Deputados introduziu a possibilidade de prorrogar os prazos para a atualização, caso necessário.

Ainda, a renovação cadastral e o registro biométrico obrigatório foram flexibilizados para pessoas com dificuldades de locomoção, idade avançada ou problemas de saúde. O poder público terá a responsabilidade de fornecer condições para que essas pessoas realizem tais procedimentos de forma acessível.

Novas regras para o BPC: saiba o que muda com a nova lei assinada pelo presidente Lula
Luiz Inácio Lula da Silva – Créditos: depositphotos.com / thenews2.com

Quais são os critérios de avaliação para a concessão do BPC?

A questão da avaliação da deficiência também foi revisada. O texto aprovado na Câmara propunha que o BPC pudesse ser concedido a indivíduos com deficiência de moderada a grave. No entanto, no Senado, a proposta foi ampliada para incluir pessoas com deficiência leve, permitindo uma análise judicial e administrativa mais ampla para concessão do benefício.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o texto com vetos. Os vetos foram aplicados especialmente aos trechos que exigiam comprovação de deficiência moderada ou grave e a reentrada de beneficiários do Bolsa Família. A exceção de não computar o benefício de idosos acima de 65 anos no cálculo da renda familiar, quando há mais de um beneficiário na mesma família, foi mantida.

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Quais são as implicações e próximos passos?

Estas mudanças nas regras do BPC refletem um esforço para equilibrar as contas públicas ao mesmo tempo que se busca garantir a manutenção do apoio para os indivíduos em situação de maior vulnerabilidade. As discussões em torno do BPC ilustram a complexidade de ajustes em políticas sociais que impactam diretamente a vida de milhões de brasileiros.

Resta acompanhar a implementação destas novas diretrizes e seus efeitos práticos sobre os beneficiários. A adequada comunicação e execução destas mudanças serão cruciais para assegurar que aquelas pessoas que realmente necessitam do benefício continuem recebendo o apoio necessário para suas condições de vida.

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