O tema das crianças superdotadas frequentemente desafia as expectativas de que esses jovens irão se destacar automaticamente em ambientes educacionais tradicionais. Contrariando essa visão simplista, as dificuldades enfrentadas por estudantes com habilidades cognitivas acima da média são frequentemente ignoradas, levando a problemas de adaptação nas escolas. O sistema educacional muitas vezes falha em oferecer suporte adequado, pensando nas necessidades específicas dessas crianças.
Muitas famílias relatam experiências difíceis em escolas que não oferecem uma abordagem adaptada para lidar com comportamentos resultantes do tédio ou do estresse, frequentemente gerados pelo ambiente não estimulante. Essa falta de adaptação contribui para que essas crianças sejam às vezes vistas erroneamente como hiperativas ou indisciplinadas, e em casos extremos, até como causadoras de problemas.
O que torna o atendimento a crianças superdotadas uma necessidade?
As crianças superdotadas exigem um atendimento educacional especializado para explorar plenamente suas capacidades. Deficiências no suporte educacional frequentemente resultam em situações onde as crianças ficam entediadas e emocionalmente instáveis, pois o ritmo escolar comum não é suficiente para mantê-las engajadas. A responsabilização dos educadores em adaptar as aulas para essas crianças é crucial. Eles devem oferecer uma educação que vai além dos métodos tradicionais, adotando abordagens mais interativas e personalizadas.
O Brasil permitiu que, desde 2013, a superdotação fosse parte das políticas públicas de educação, incluindo a Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Contudo, a implementação continua a ser um desafio constante. A formação de professores ainda não acompanha as demandas dessas crianças, visto que frequentemente a capacitação educacional negligencia a necessidade de abordagem inclusiva para superdotados.
É possível adequar o sistema educacional?
Para especialistas, como o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela, um ajuste bem-sucedido na educação de superdotados requer um entendimento preciso de suas necessidades educacionais distintas. A adaptação inclui, mas não se limita a, atividades personalizadas, incentivo à autonomia e exploração de potencialidades individuais. Educadores devem atuar como facilitadores, promovendo um ambiente de segurança e aprendizado confiável. Outras estratégias são:
- Formação de professores: Investir na atualização e capacitação continuada dos educadores para lidar com superdotados.
- Ambiente de aprendizado: Criar um espaço que favoreça a curiosidade e motivação intrínseca, respeitando as particularidades de cada aluno.
- Recursos multifuncionais: Propor políticas de ensino que incluam salas de recursos e materiais específicos para a potencialização do aprendizado desse grupo.
Iniciativas e perspectivas futuros no Brasil
A conscientização sobre a necessidade de um currículo adaptativo e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a educação inclusiva são passos fundamentais. O Ministério da Educação (MEC) já delineia esforços para capacitar os profissionais do sistema educacional de ensino básico, embora tais iniciativas precisem ser expandidas. Além disso, programas como o Plano de Atendimento Educacional Especializado (PAEE) procuram organizar e implementar estratégias pedagógicas alinhadas às altas habilidades.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por exemplo, destaca a importância da Avaliação Pedagógica Inicial (API) e enfatiza como identificar necessidades individuais de estudantes com superdotação. Este tipo de abordagem pode modelar um desenvolvimento mais harmonioso e integral dessas crianças, permitindo-lhes acesso a um aprendizado que não depende simplesmente de currículos padronizados, mas sim de métodos ativos e customizados.
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— Fantástico (@showdavida) April 15, 2019
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