Faculdades públicas, cursos noturnos e expansão do ensino a distância (EaD) em cursos superiores são algumas das propostas do grupo de trabalho da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A intenção é aperfeiçoar o ensino superior público e também democratizar o acesso à educação de qualidade. Tais propostas estão no relatório Um olhar sobre o ensino superior no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (7).
Relatório: acesso ensino público e EaD
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) apresentou um relatório propondo soluções inovadoras para democratizar o acesso e melhorar a qualidade do ensino. Entre as sugestões, destaca-se a criação de faculdades federais focadas exclusivamente no ensino, oferecendo uma formação qualificada a um custo reduzido por aluno.
No Brasil, de acordo com o relatório, apenas 22% da população entre 25 e 34 anos têm diploma universitário. Esse percentual está abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é 47%. Além disso, segundo a Agência Brasil, 79% das matrículas estão concentradas no setor privado.
“Isso é um número muito pequeno, se a gente pensa em um país que precisa se desenvolver com rapidez”, diz o professor do Instituto de Física da UFRJ Rodrigo Capaz, membro titular da ABC, que fez parte do grupo de trabalho (GT).
As medidas sugeridas buscam atender à crescente demanda por educação superior, promovendo maior flexibilidade, especialmente no ensino noturno e na educação a distância (EaD).
Papel das faculdades federais na democratização do ensino
As faculdades federais são projetadas para atuar como instituições dedicadas exclusivamente ao ensino, ao contrário das universidades tradicionais que também se dedicam à pesquisa e extensão. Essa estrutura permite a criação de mais vagas e reduz o custo por estudante, facilitando o acesso ao ensino superior público.
Desafios e perspectivas do ensino a distância (EaD)
A educação a distância (EaD) tem se destacado como uma solução eficaz para muitos estudantes que buscam flexibilidade em seus estudos. O crescimento exponencial da EaD no Brasil demonstra seu potencial como um poderoso instrumento de expansão do ensino superior. Contudo, a qualidade dos cursos precisa ser garantida, motivo pelo qual o Ministério da Educação suspendeu temporariamente a criação de novas vagas até 2025.
Os cursos EaD têm sido predominantemente oferecidos pelo setor privado. A proposta é que as instituições federais também ampliem sua oferta nesse formato, possibilitando a inclusão de alunos de localidades remotas ou com restrições de horário.
Centros de Formação em Áreas Estratégicas
A criação de Centros de Formação em Áreas Estratégicas (CFAEs) nas universidades públicas é outra proposta inovadora. Esses centros interdisciplinares se concentrariam em campos fundamentais como bioeconomia, transição energética e tecnologia, dentre outros. A ideia é promover o desenvolvimento de soluções práticas e tecnologias inovadoras para os desafios do futuro.
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Estados, Distrito Federal e municípios já podem aderir ao novo ciclo do programa nas modalidades Urbano e Campo. Está previsto pagamento de assistência estudantil de R$ 100.https://t.co/5iMIAzApNG— Ministério da Educação | MEC (@min_educacao) November 6, 2024
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