O encerramento da carreira brilhante de Kobe Bryant na NBA, marcado por uma atuação espetacular em que o ídolo do Los Angeles Lakers anotou 60 pontos contra o Utah Jazz, ganhou uma perspectiva diferente pelas palavras do ala Gordon Hayward. Em entrevista ao podcast do astro Paul George, Hayward minimizou a relevância da histórica atuação de Bryant, destacando o contexto em que o jogo ocorreu.
“Eu sou um grande fã de Kobe, então não quero fazer pouco de sua última atuação. No entanto, o nosso time soube antes da partida que não teríamos chance de chegar aos playoffs. O jogo até poderia valer alguma coisa, mas uma outra equipe venceu antes e acabou. Entramos em quadra, por isso, só para cumprir tabela. Não importava para nós”, declara o veterano Hayward.
O Jazz, na época, não tinha aspirações competitivas significativas, enfrentando os Lakers, que estavam na última posição do Oeste. O jogo transformou-se em uma despedida emocionante de Bryant, que marcou 60 pontos, mas tentando 50 dos 85 arremessos da equipe. Hayward apontou críticas à performance do astro, e enfatiza que a atuação de Bryant não se resumiu aos últimos minutos.
“Kobe foi especial nos últimos três minutos do jogo, certamente. Foi surreal. Mas eu não acho que ele foi bem no resto do jogo. Nós estivemos à frente no placar na maior parte da noite, em primeiro lugar. O homem tentou 50 arremessos e deu uns seis ou sete air balls. Tinham atletas passando oportunidades livres para dar-lhe a bola. A atuação foi mais do que aqueles minutos finais”, explicou Hayward, hoje titular do Charlotte Hornets.
As declarações de Hayward surpreenderam, já que contrastam com o que o jogador havia dito anteriormente sobre o último jogo de Kobe Bryant na NBA. Após a morte do ex-jogador, Hayward rebateu críticas de que teria facilitado para o craque.
“O jogo passou a ser exibido novamente nesses dias, então os meus amigos mandaram mensagens. Foi meio estranho porque as pessoas me elogiam e parabenizam por algo que não fiz. Definitivamente, eu não aliviei e nem acho que mereça essa ‘acusação’ de quem viu aquele jogo. Só queria achar isso claro, antes de tudo”, afirma o veterano, que era a referência daquele Jazz.
Hayward esclarece uma situação específica que gerou especulações, quando pisou na linha sem motivo aparente antes do lance livre do 60º ponto a Kobe. Segundo ele, não foi intencional, e ele não deu um ponto sequer ‘de graça’ para Bryant, enfatiza também o respeito pela lenda.
A conversa com Paul George não se limitou a contestar a atuação de despedida de Bryant. Hayward também teve palavras positivas sobre o ex-atleta, e relembra o primeiro treinamento que realizou com o “Black Mamba” e como essa interação mudou sua carreira e vida no basquete.
“Eu acho que Kobe estava me testando desde o começo. Ele queria ver se era esforçado, pois não se esforçaria por alguém que não levasse aquilo a sério. Mas, assim que notou o meu comprometimento, ficou ao meu lado sempre. Foi o cara com quem mais aprendi sobre o jogo. E acho que a sua mentalidade, acima de tudo, foi o que levou-me a outro nível como jogador”, concluiu o all-star em 2017.
*texto originalmente publicado em Sportbuzz