
As autoridades do México se depararam com um caminhão abandonado contendo os corpos de pelo menos 19 pessoas no estado de Chiapas, que fica ao sul do país, bem na divisão com a Guatemala. A descoberta do veículo na região pode ter relação com atividade de cartéis e tráfico humano.
De acordo com o procurador-geral de Chiapas, entre as vítimas mortais, cinco apresentavam ferimentos de arma de fogo. Todas as vítimas estavam vestidas com roupas escuras e equipadas com coletes táticos que continham munição. As informações foram relevadas à imprensa nesta segunda-feira (1).
O presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, em declarações dadas durante uma conferência de imprensa, atribuiu o massacre diretamente à violência gerada pelos cartéis de drogas que também estão envolvidos com o tráfico de pessoas. Ele mencionou que a rivalidade entre o Cartel de Sinaloa e o Cartel da Nova Geração de Jalisco pelo domínio das rotas lucrativas de contrabando está colocando em risco a vida de muitos, incluindo imigrantes guatemaltecos.
Nas redes sociais, circulou um vídeo gráfico, supostamente gravado por um dos membros do Cartel de Sinaloa, em que pode-se ver os corpos já sem vida, todos estirados no caminhão.
Confirma la FGE fueron 19 los sicarios acribillados a tiros y localizados sus cuerpos sin vida en La Concordia*
Tuxtla Gutiérrez, Chiapas; 01 de julio 2024.- La Fiscalía General del Estado (FGE) a través de la Fiscalía de Distrito Fraylesca en coordinación con elementos de la… pic.twitter.com/iDANYHXLLC
— Isaín Mandujano (@isain) July 2, 2024
Reações da comunidade e medidas do governo do México
As reações locais à violência são de medo e incredulidade. Residentes de Chiapas, um estado antes conhecido por sua tranquilidade, relatam um crescente desconforto devido à instabilidade e medo de se tornarem vítimas. “Nasci e cresci em Chiapas, mas dada a violência do estado tive que migrar, moro em outro lugar agora, fora do estado, e só venho visitar minha família”, afirmou um morador em entrevista à CNN Español.
Em resposta, o presidente Obrador assegurou que todas as mortes serão investigadas e prometeu reforçar a segurança na região.
Este evento não é um caso isolado, mas sim um reflexo de uma problemática maior que envolve tráfico de drogas e pessoas, uma questão que há anos desestabiliza partes do México. Em maio deste ano, por exemplo, seis pessoas foram mortas em evento público no estado do México, incluindo um então candidato a prefeito.
Os habitantes de Chiapas, assim como os migrantes que atravessam a região, encontram-se frequentemente no meio do fogo cruzado entre os cartéis que lutam pelo controle de territórios estratégicos. Em janeiro deste ano, 700 pessoas foram obrigadas a saírem de suas casas após 20 pessoas serem mortas durante confronto dos dois cartéis.