incursão noturna

Forças israelenses invadem hospital em Gaza; ataques deixam 72 mortos, dizem médicos

As forças militares israelenses intensificaram ataques em Gaza, matando pelo menos 72 pessoas, informaram autoridades palestinas.
Uma visão geral das pessoas que fugiram dos ataques israelenses à noite e se refugiaram no subsolo e continuam suas vidas nos abrigos durante o dia em 21 de outubro de 2024 em Beirute, Líbano – Crédito: Getty Images

As forças militares israelenses intensificaram ataques em Gaza, matando pelo menos 72 pessoas desde a noite de quinta-feira (24), informaram autoridades palestinas. Parte da ofensiva incluiu uma incursão noturna ao Hospital Kamal Adwan, no norte do território, segundo fontes médicas locais.

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No sul, o Ministério da Saúde de Gaza relatou que bombardeios em Khan Younis, uma das regiões atingidas, deixaram ao menos 38 mortos, incluindo mulheres e crianças. O exército israelense declarou que os ataques aéreos e terrestres miraram atiradores palestinos e desmantelaram instalações militares.

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Hospital Kamal Adwan sob ataques israelenses

Em meio à ofensiva no norte, moradores da cidade de Khan Younis se uniram para procurar sobreviventes entre os escombros. Ahmed Sobh descreveu o resgate dos corpos de seu primo e seus dois filhos: “Corremos e encontramos seus filhos, um menino e uma menina, martirizados. Seu filho estava deitado sob a coluna de concreto, levamos 1h30 para tirá-lo de lá”, disse à Reuters. Outro residente, Ahmed al-Farra, também sofreu perdas. Ele revelou à Reuters que perdeu 15 familiares nos bombardeios e relatou as dificuldades de escavar os escombros enquanto temia a mira de um tanque próximo.

Nas proximidades, o Hospital Nasser recebeu os mortos, incluindo três crianças no mesmo sudário. A crise se intensificou no Hospital Kamal Adwan, onde, segundo o diretor de enfermagem Eid Sabbah, forças israelenses abriram fogo nas proximidades e posicionaram tanques ao redor. Posteriormente, uma equipe da Organização Mundial da Saúde (OMS) conseguiu transferir 49 pacientes para o Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza. “Vimos desordem e caos… As enfermarias de emergência (em Kamal Adwan) estavam lotadas, e vimos vários pacientes sendo trazidos e pacientes com traumas horríveis, sobrecarregando completamente a equipe”, relatou Rik Peeperkorn, representante da OMS para o território palestino ocupado em uma atualização sobre a operação.

O exército israelense confirmou operações nas proximidades do hospital, alegando estar em busca de “terroristas e infraestrutura terrorista”. Apesar da retirada temporária, os tanques israelenses voltaram e atingiram o estoque de oxigênio do hospital, antes de ordenar a evacuação do prédio, informou Sabbah.

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Com a ofensiva israelense ainda em curso, fontes médicas locais afirmam que pelo menos 800 palestinos já morreram no norte de Gaza nas últimas três semanas. Israel declarou que a retomada dos ataques ao norte da Faixa de Gaza tem como objetivo desmantelar as forças do Hamas, enquanto o braço armado do grupo relatou uma explosão contra um veículo militar israelense em Jabalia. Israel confirmou a morte de três soldados no norte, mas não especificou se ocorreu no mesmo incidente.

Leia também: Hamas apela à Rússia para formação de governo no pós-guerra em Gaza

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