A exclusão da Venezuela de um potencial ingresso ao grupo do BRICS gerou repercussões significativas. O governo venezuelano expressou descontentamento ao afirmar que o Brasil vetou sua entrada no bloco. O Itamaraty, no entanto, afirma que apenas os critérios e princípios para futuras adesões foram definido.
A decisão de quais países poderiam se tornar membros associados do BRICS foi tomada em Kazan, na Rússia. Cuba e Bolívia foram as únicas nações latino-americanas a serem convidadas. Outros países considerados prontos para a associação incluíram a Nigéria, Turquia, Malásia e Indonésia. A ausência da Venezuela na lista de convidados suscitou manifestações críticas por parte de seu governo, que mencionou o episódio como uma “agressão” do Itamaraty.
Por que a Venezuela ficou de fora do BRICS?
Os critérios para adesão ao BRICS, conforme explicados pelo governo brasileiro, envolvem a defesa de reformas na ONU, a rejeição de sanções econômicas unilaterais e a manutenção de relações amigáveis com os membros do bloco. No entanto, a recente reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, ainda cercada por controvérsias e rejeições internacionais, complicou a relação diplomática entre Brasília e Caracas.
A eleição de 28 de julho na Venezuela foi amplamente contestada por falta de transparência, incluindo críticas do próprio Brasil. Essa postura influenciou a decisão de não apoiar ativamente a candidatura venezuelana ao BRICS, um processo que depende do consenso de todos os membros plenos do grupo. A posição do Brasil é, portanto, de se alinhar aos critérios estabelecidos para novas admissões sem focar especificamente na aceitação ou rejeição de um determinado país.
Como os critérios para novos membros são estabelecidos?
O estabelecimento dos critérios de adesão ao grupo é uma questão central em qualquer organização internacional. No caso do BRICS, segundo o Itamaraty, o objetivo foi garantir que novos membros compartilhem alinhamentos políticos e econômicos similares aos vigentes no grupo. Entre as condições impostas estão: defesa de reformas institucionais globais, como a da ONU, e o repúdio a ações que prejudiquem membros através de sanções econômicas.
À frente da definição desses critérios, a coerência nas relações bilaterais é prioritária. Tal abordagem foi corroborada por diversos analistas e acadêmicos, que destacam a importância de um relacionamento sólido entre os países já membros antes da inclusão de novos parceiros. Essa postura busca evitar discordâncias internas que possam comprometer os objetivos e benefícios do agrupamento.
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