A rede Al Jazeera anunciou nesta terça-feira (6) que abriu um processo contra Israel no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda. A emissora enviou uma denúncia formal sobre o assassinato da jornalista palestina Shireen Abu Akleh.
Cidadã palestino-americana, Abu Akleh cobriu a situação na Palestina para a rede Al Jazeera por 25 anos. A jornalista foi morta a tiros enquanto cobria uma operação militar de Israel na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Em setembro, investigações israelenses concluíram que Akleh “provavelmente” foi baleada por um soldado de Israel.
O promotor-chefe de Haia, Karim Khan, recebeu provas testemunhais e vídeos que mostram que Abu Akleh e seus colegas foram alvejados diretamente pelas Forças de Defesa de Israel (FDI). O dossiê é resultado de seis meses de investigação por conta da rede Al Jazeera.
O advogado da emissora, Rodney Dixon, afirmou em uma coletiva de imprensa que este não foi “um incidente isolado”:
“Não se trata de um incidente isolado, mas sim um assassinato que corrobora um padrão amplo que exige investigação da promotoria, para identificar os responsáveis e indiciá-los.”
Por outro lado, o premiê de Israel reagiu ao anúncio. Yair Lapid afirmou que “ninguém vai interrogar soldados das Forças de Defesa de Israel, e ninguém vai pregar para nós sobre moral de combate, certamente não a rede Al Jazeera”.
Al Jazeera levando pra Haia o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh cometido pelas forças armadas de Israel https://t.co/PDFTQa4qlQ
— Felippe Katan (@LBKatan) December 6, 2022