O campo de gás de Karish, localizado no mar mediterrâneo, próximo à fronteira entre Líbano e Israel, está sendo o epicentro de uma disputa que pode ocasionar uma guerra entre os dois países vizinhos.
Os governos dos dois países vinham negociando a exploração do gás da região, que ainda não começou a ser extraído, mas agora Israel tomou a iniciativa de começar a efetivamente dar início à extração.
A decisão irritou o governo libanês, que chamou a ação de “a última linha” no sábado (17). Em resposta, o ministro da defesa de Israel, Benny Gantz, afirmou que se qualquer instalação israelense em Karish for danificada, “o preço será o Líbano”.
Just recently from #Hezbollah‘s Secretary-General, “Our eyes and missiles are on Karish, we do not fear any imposed confrontation.”
Israel’s def. min. Gantz said recently if Nasrallah “wants to sabotage the negotiations”, he’s “welcome to do so”, but the “price will be Lebanon”.
— Doge (@IntelDoge) September 19, 2022
Os dois países tem uma conturbada história de conflitos desde 1982, quando Israel interviu na guerra civil do Líbano, que se tornou novamente um conflito em larga escala em 2006. De acordo com a Al Jazeera, o Hezbollah, movimento e partido político no Líbano, é visto como grupo terrorista por Tel Aviv, visão que é sustentada por diversos episódios de atentados com bombas e mísseis promovidos pela milícia.
No entanto, Laury Haytayan, diretora do Instituto de Governança de Recursos Naturais da MENA (Organização dos países do Oriente Médio e Norte da África), disse ao portal Al Jazeera que a tensão pode ser mais disputa de aparências do que qualquer outra coisa.
“Eles (Hezbollah) querem trazer de volta a idéia de que seu poder e armas são usados para defender os interesses nacionais, e não apenas a agenda iraniana”, disse.