MAIS UMA VEZ

António Guterres pede cessar-fogo imediato em Gaza

O secretário-geral das Nações Unidas destacou que as forças israelenses já mataram mais de 35.000 palestinos no território desde o início dos ataques em outubro de 2023

Muntasser Youssef El Dweek foi ferido na perna quando um míssil caiu em frente à sua casa em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Faixa de Gaza – Crédito: Getty Images

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, pediu novamente por um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza. Em um discurso em vídeo divulgado neste domingo (12), ele destacou que as forças israelenses já mataram mais de 35.000 palestinos no território desde o início dos ataques em outubro de 2023.

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Além disso, Guterres solicitou a “libertação incondicional de todos os cativos detidos pelo Hamas, bem como a um aumento imediato na ajuda humanitária” para Gaza.

Contudo, enquanto o secretário-geral da ONU repetia seu apelo pelo cessar-fogo imediato, o Exército israelense atingiu vários pontos em Gaza. Esses ataques deslocaram centenas de milhares de refugiados já estavam fugindo da guerra.

Tanques israelenses avançaram sobre Jabalia. Enquanto isso, ataques em Beit Lahiya, ao norte, e em Rafah, ao sul, causaram a morte de dezenas de pessoas. Segundo a agência de notícias palestina Wafa, pelo menos 12 corpos foram levados ao Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, após o bombardeio.

À Al Jazeera, um residente que se identificou como Emad Oudeh contou que a população está chocada. “Não sabemos o que fazer. Estamos desgastados física e mentalmente. Estamos à beira de enlouquecer”, acrescentou.

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Tareq Abu Azzoum, correspondente da Al Jazeera em Deir el-Balah, no centro de Gaza, informou que os tanques israelenses começaram a avançar ainda mais no campo de refugiados de Jabalia. Vale ressaltar que este campo é o maior dos oito em Gaza. Em resumo, ele abriga mais de 100 mil pessoas.

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Escassez de alimentos e serviços médicos

Nesse cenário, as pessoas que conseguem fugir dos ataques aéreos israelenses também estão lidando com uma séria falta de comida e medicamentos nas áreas onde encontraram abrigo. Mahmoud Basal, da Defesa Civil Palestina, mencionou que não há mais assistência médica ou ajuda humanitária disponível para os deslocados na região norte de Gaza.

“Perdemos 80% das nossas capacidades e ninguém está a responder aos apelos que fazemos às instituições internacionais”, declarou Basal em um comunicado.

Ainda, um médico de emergência em Jabalia, Imad Abu Zayda, relatou à Al Jazeera que a maior parte dos feridos que receberam atendimento em seu hospital eram mulheres e crianças. Ele descreveu a situação como extremamente grave.

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“Estamos operando com instalações mínimas. Não há luz devido à falta de combustível e não há suplementos médicos disponíveis, uma vez que Israel expandiu a sua operação na área. Não temos oxigênio para dar aos pacientes”, relatou.

 * sob supervisão de Lilian Coelho

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