China alerta que EUA podem sofrer “consequências” em incidente com balão

A China emitiu alerta aos Estados Unidos neste domingo (19) que assumirá todas as “consequências” caso aumente a controvérsia a respeito de um balão chinês que os militares americanos derrubaram este mês. Pequim “seguirá até o fim” caso “os EUA insistam em tirar vantagem da questão”, informou Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado.

Um jato militar dos EUA derrubou em 4 de fevereiro o que Washington caracterizou como sendo um balão espião chinês depois de cruzar a América do Norte. Pequim afirmou que se tratava de uma nave errante de monitoramento do clima.

A declaração da China ocorreu após uma reunião entre o diplomata Wang Yi e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à margem da Conferência de Segurança de Munique (Alemanha).

DIPLOMATAS SE REÚNEM

O secretário de Estado Antony Blinken e o principal diplomata da China, Wang Yi, se encontraram neste sábado, 18, no que foi o primeiro encontro cara a cara entre as duas potências desde que os Estados Unidos derrubaram o balão chinês que sobrevoou os EUA na costa da Carolina do Sul.

A reunião ocorreu fora da agenda oficial da conferência de Munique, onde líderes de todo o mundo se reuniram para debater os principais desafios geopolíticos, incluindo a invasão russa da Ucrânia e o a escalada de tensões da China com alguns países do Ocidente. A conferência evidenciou a crescente indisposição diplomática entre EUA e China.

Não houve nenhuma declaração conjunta nem acenos de visitas oficiais futuras, e ambos os diplomatas seguiram tecendo críticas com relação às ações dos dois países no incidente dos balões.

O encontro aconteceu no mesmo dia em que Blinken criticou a China por seu programa de balões, e que o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, classificou como “histérica” a reação dos Estados Unidos ao detectar um balão chinês no seu espaço aéreo.