cirurgia complexa

Conheça a jornada de superação das gêmeas unidas pela cabeça

Na Califórnia, um casal enfrentou o desafio de criar gêmeas siamesas ligadas pela cabeça. Liliya Bachinskaya e o marido, Anatoliy.
Abigail e Micaela estão prosperando, mas têm a perspectiva de mais operações no futuro – Crédito: Reprodução/Instagram/ucdavishealth

Na Califórnia, um casal enfrentou o desafio de criar gêmeas siamesas ligadas pela cabeça. Liliya Bachinskaya e o marido, Anatoliy, moradores de Sacramento, passaram por uma jornada marcada por fé, superação e decisões difíceis. A trajetória da família começou com uma surpresa: grávida pela quarta vez, ela recebeu um diagnóstico raro durante um exame de rotina.

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Como lidar com o diagnóstico de gêmeas siamesas?

O alerta surgiu ainda na 11ª semana de gestação, quando um médico percebeu algo fora do comum no ultrassom. “Parece que você tem gêmeos siameses”, disse ele. Como o inglês não era sua língua nativa, Liliya só entendeu a gravidade do caso após traduzir um folheto médico para o russo. “Entrei em choque e comecei a chorar”, recorda.

Apesar do impacto da notícia, Anatoliy se manteve firme. “Nós amamos esses bebês. Vamos esperar por eles”, afirmou, em entrevista ao tabloide The Sun. Pouco depois, exames detalhados revelaram que se tratava de uma condição chamada craniopagia: as gêmeas, Abigail e Micaela, estavam unidas pela cabeça, em posições opostas. A chance de separação existia, mas o risco era alto.

Durante a gestação, Liliya foi submetida a diversos exames. Mesmo com as preocupações médicas, conseguiu manter uma rotina relativamente tranquila. “Meus amigos ficaram surpresos ao me ver jantando e saindo com eles”, conta. Aos sete meses e meio, uma equipe formada por 200 profissionais preparou o parto por cesárea.

As meninas nasceram em dezembro de 2019. Abigail pesava quase 3,2 quilos e Micaela, 2,7. Foram levadas diretamente à UTI neonatal, mas estavam vivas e respirando. “O que senti foi indescritível”, diz Liliya. Ela se lembra do primeiro contato com as filhas como um momento mágico: “Elas eram apenas minhas meninas, e nossos meninos as amaram imediatamente”.

Separação: a cirurgia decisiva

Com seis meses de vida, os médicos explicaram que adiar a separação aumentaria os riscos. O desenvolvimento das crianças poderia tornar os vasos sanguíneos ainda mais interligados. Em outubro de 2020, no auge da pandemia, uma equipe de 30 especialistas realizou a operação, que durou 24 horas. “Não podíamos esperar por elas no hospital, mas recebemos atualizações por mensagem de texto”, relatou a mãe.

A cirurgia foi um sucesso. “Quando soubemos que tinham sido separadas com sucesso, chorei de felicidade. Ao vê-las pela primeira vez após a cirurgia, a sensação foi indescritível. Pareciam tão leves em meus braços”, afirma Liliya, emocionada.

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As meninas se recuperaram bem e, na véspera do Natal, puderam finalmente ir para casa. Nos anos seguintes, passaram por diversos tratamentos, como fisioterapia e exames especializados. Ainda serão necessárias cirurgias complementares nos ossos da cabeça, mas hoje levam uma vida ativa e feliz.

Em dezembro de 2023, no quinto aniversário das gêmeas, Liliya as observava brincando com os irmãos – entre eles, Adam, nascido em 2021, e Nikolay, em 2024. Era um momento de paz. “Sei que eu era destinada a ser a mãe delas. Serei grata para sempre”, conclui.

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