divergências

G20 passa por dificuldades de consenso e não terá comunicado final

Em geral, as reuniões diplomáticas de alto escalão costumam concluir com a divulgação de um documento que resume as decisões acordadas entre as partes e aponta as direções futuras para lidar com questões globais

Programado para esta quarta e quinta-feira (21 e 22), o encontro dos ministros das Relações Exteriores do G20 - grupo das 20 maiores economias do mundo - não contará com um comunicado final.
Luiz Inácio Lula da Silva – Crédito: Reprodução/Youtube

Programado para esta quarta e quinta-feira (21 e 22), o encontro dos ministros das Relações Exteriores do G20 – grupo das 20 maiores economias do mundo – não contará com um comunicado final. À CNN, um alto diplomata confirmou que isso se deve à grande probabilidade de os países não concordarem com o texto final.

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Em geral, as reuniões diplomáticas de alto escalão costumam concluir com a divulgação de um documento final, que resume as decisões acordadas entre as partes e aponta as direções futuras para lidar com questões globais.

No entanto, a disparidade de opiniões entre os membros do G20 tem sido um ponto de dificuldade desde as últimas duas presidências do grupo, ocorridas em 2022, na Indonésia, e em 2023, na Índia.

A cúpula do G20 no ano passado

Discrepâncias relacionadas a guerra na Ucrânia, por exemplo, levaram as reuniões de chanceleres e ministros da Economia em 2023 terminarem sem a aprovação de um documento final.

A ausência desse documento gerou tensões entre os países e alimentou especulações de que até mesmo a cúpula dos chefes de Estado poderia terminar sem um acordo final, deixando em aberto a possibilidade de um consenso mínimo. Contudo, no último momento, a Índia conseguiu alcançar um acordo. Ou seja, houve uma declaração final enfraquecida, mas suficiente para salvar a cúpula.

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Com o objetivo de prevenir essa situação desgastante, o Itamaraty optou por eliminar as declarações finais das reuniões ministeriais. Assim, o Ministério das Relações Exteriores espera que, ao serem informados previamente de que não é necessário concordar com textos durante as reuniões, os países possam se empenhar em reduzir as divergências ao longo do ano, visando alcançar sucesso na cúpula.

Apesar dessa projeção do Itamaraty, um diplomata já antecipou à CNN que na reunião deste ano, que ocorrerá no Rio de Janeiro, dada essa ausência prévia de um comunicado final, acredita-se que haja uma tendência a dificuldade de consenso.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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