crise agravada

Israel confirma ataque que matou três filhos de chefe do Hamas

“Eles foram martirizados no campo de refugiados de Shati”, disse Ismail Haniyeh

O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, "confirmou" a autoria do ataque à Faixa de Gaza que matou três filhos do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh.
Três netos do Haniyeh também foram mortos – Créditos: Presidência do Irã

O porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, “confirmou” a autoria do ataque à Faixa de Gaza que matou três filhos do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh. Em seu pronunciamento, Hagari descreve Amir, Hazem e Mohammad Haniyeh como operativos do braço armado do grupo.

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Além dos filhos, pelo menos três netos de Haniyeh também acabaram como vítimas fatais do ataque com jatos de Israel. Segundo o comandante à Al Jazeera, eles estavam visitando familiares no campo de refugiados de Shati, no norte do enclave, para celebrar o Eid al-Fitr, feriado islâmico.

“Eles foram martirizados no campo de refugiados de Shati”, relatou ao veículo árabe. Haniyeh ainda citou como o ataque prejudica um possível acordo. “Para quem acha que atacar meus filhos durante as negociações e na iminência de um acordo vai forçar o Hamas a retirar suas demandas, é delirante”.

Hamas não tem o número de reféns suficiente

Nas discussões mais recentes para um acordo de cessar-fogo do conflito que entre em seu sétimos mês, o grupo terrorista mostrou indícios de não conseguir atender à demanda de Israel. No primeiro momento, o Hamas deveria liberar 40 reféns israelenses, incluindo todas as mulheres, enfermos e idosos. Porém, aparentemente, o grupo explicou que não possui o número de capturados que atendem aos critérios.

O país apresentou uma leniência, substituindo as categorias estabelecidas anteriormente por reféns homens, prioritariamente soldados israelenses raptados. É muito difícil rastrear e determinar quais dos reféns estão vivos ou mortos. De acordo com o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, dos 129 raptados que ainda continuam sob o controle do Hamas, 33 estão mortos.

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Quem é o chefe do Hamas?

Ismail Haniyeh nasceu em 1962, no vilarejo de Shati, após seus pais fugirem da cidade de Asqalan seguindo a criação do Estado de Israel, em 1948. Com 21 anos, o jovem se afiliou ao Bloco Estudantil Islâmico, considerado o precursor do Hamas.

Haniyeh se formou em 1987, ano da primeira rebelião palestina contra a autoridade de Israel, em um evento conhecido como Primeira Intifada, que levou à criação oficial do Hamas. Logo no ano seguinte, ele foi preso por seis meses, estendendo a sentença por três anos, acusado de envolvimento com o grupo extremista. Após ser solto, foi deportado para o Líbano.

Na Segunda Intifada, a primeira de Haniyeh, ele se consolidou com uma personalidade importante dentro do grupo. Em 2003, também conseguiu escapar de uma tentativa de assassinato conduzida por Israel.

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Ele teve um breve mandato como primeiro-ministro da Autoridade Palestina, mas, quando o Hamas tomou o controle da Faixa de Gaza, o presidente da AP, Mahmoud Abbas, o exonerou. Em 2017, foi eleito chefe do escritório político do grupo, se mudando para o Catar.

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