Manifestantes argentinos se reuniram no centro de Buenos Aires nesta terça-feira (1) pedindo uma reforma do Judiciário no país. A grande maioria das pessoas que se concentraram em frente ao obelisco da capital era formada por apoiadores do peronismo.
Segundo organizadores da manifestação, o protesto também reivindica a substituição dos magistrados da Suprema Corte Argentina. Os atuais componentes da corte estariam praticando “lawfare”, ou seja, determinando condenações com base em interesses políticos.
“A principal demanda é acabar com o ‘lawfare’ na Argentina, e temos de acabar com ele com o povo na rua, tirando à força esses juízes dessa corte miserável”, disse o dirigente sindical Luis D’Elia.
Gabriela Cerruti, porta-voz do governo, afirmou que a gestão “não toma posição” oficialmente sobre os protestos, mas ressaltou que o presidente Alberto Fernández já apresentou propostas sobre o Judiciário e espera que elas avancem em seu mandato.
A possível reforma de Alberto baseia-se na descentralização de tribunais pelas diversas províncias, sem que todas as causas federais precisem ser resolvidas em Buenos Aires.
Alberto Fernandez disse que “a manifestação é legítima e cidadã”. O presidente enfrenta nesta semana o inicio de uma possível nova crise politica em seu governo, já que deputado Máximo Kirchner renunciou o posto de líder do governo na Câmara por discordar do recente acordo com o FMI.
Apesar de não se manifestar em apoio à marcha, a vice-presidente Cristina Kirchner estimulou seus ministros mais fiéis a “repensarem sua relação com a Justiça e dizer que Justiça querem”.
A Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina (CTA) esteve presente na manifestação e publicou uma série de postagens em seu Twitter oficial. ”O CTA participa da mobilização massiva em unidade pela renúncia dos membros desta Suprema Corte e por uma reforma do Judiciário na Argentina”, diz uma das postagens.
#Ahora La CTA Autónoma participa de la multitudinaria movilización en unidad por la renunciar de los integrantes de esta Corte Suprema de Justicia y por una reforma judicial en Argentina. pic.twitter.com/4ndmcINhdN
— CTA Autónoma (@CTAAutonoma) February 1, 2022