‘deus da estrela Sirius’

O que se sabe sobre Konstantin Rudnev, líder de seita preso na Argentina por tráfico de pessoas

Apontado como mentor de uma seita esotérica com ramificações internacionais, Konstantin Rudnev foi preso na última sexta-feira (29).
O russo Konstantin Rudnev – Crédito: Reprodução

Apontado como mentor de uma seita esotérica com ramificações internacionais, Konstantin Rudnev foi preso na última sexta-feira (29), ao tentar embarcar no Aeroporto Internacional de Bariloche, na Argentina, acompanhado de sete mulheres. A Polícia Federal Argentina (PFA) e a Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) afirmam que o grupo integra uma rede de tráfico internacional de pessoas. Ao todo, 14 suspeitos já foram detidos em diferentes operações no país.

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O russo, de 57 anos, fundou a seita Ashram Shambala no fim dos anos 1980, em Novosibirsk, na Sibéria. Ele dizia possuir poderes místicos e afirmava ser um ser extraterrestre vindo da estrela Sirius. Autodenominava-se o “Grande Xamã Shri Dzhnan Avatar Muni”. Em 2013, foi condenado a 11 anos de prisão por estupro de seguidoras.

A organização liderada por Rudnev já teve cerca de 20 mil adeptos, com filiais espalhadas por países da antiga União Soviética. Segundo autoridades, seus seguidores participavam de rituais de submissão sexual e orgias, sob ordens dos líderes.

Sabe-se que a característica da seita Ashram Shambala era a participação de suas vítimas em orgias e a submissão sexual aos líderes”, relataram fontes da investigação.

Por que a seita queria se instalar na Argentina?

Mais de uma década após sua condenação, Rudnev teria tentado transferir as operações da seita para a América do Sul. As autoridades suspeitam que o grupo planejava montar uma nova base na Argentina, com a justificativa de oferecer cursos de ioga.

No momento da prisão, Rudnev tentou cortar o próprio pescoço com uma lâmina, mas foi contido pelos agentes. Em paralelo, outros seis membros da seita foram presos no Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires. Entre eles, três homens russos e três mulheres — uma mexicana, uma brasileira e uma russa. Todos haviam adquirido passagens para São Paulo por meio da mesma agência.

Com o grupo preso em Bariloche, foram encontradas bagagens contendo comprimidos que testaram positivo para cloridrato de cocaína. Duas mulheres russas foram detidas no estacionamento do aeroporto, enquanto outras quatro já estavam sob custódia após acompanharem uma jovem grávida ao hospital.

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A primeira pista da operação surgiu após o comportamento suspeito das acompanhantes de uma gestante russa de 22 anos no Hospital Ramón Carrillo, em Bariloche. As mulheres demonstraram nervosismo e saíram do local rapidamente, o que levou a equipe médica a acionar as autoridades.

A investigação começou devido à suspeita de um caso de tráfico de pessoas. As duas cidadãs russas que acompanhavam a jovem grávida ficaram extremamente nervosas e deixaram o hospital”, informaram policiais.

As acompanhantes tinham 40 e 44 anos e estavam com a documentação vencida. Elas foram presas e, dias depois, outras duas russas também foram detidas após procurarem informações sobre a jovem e o bebê recém-nascido.

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Na segunda-feira, 1º, o Ministério Público da cidade formalizou o caso à Justiça. O promotor Arrigo, junto aos colegas Gustavo Revora e Tomás Labal, apresentou as acusações ao juiz federal Gustavo Zapata. A audiência foi pública e serviu para expor a teoria do caso com base nos elementos reunidos até agora.

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