
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor novas tarifas comerciais gerou reações imediatas de seus principais parceiros. A medida, anunciada nesta quarta-feira (2), estabelece uma alíquota mínima de 10% sobre produtos importados, com valores que podem dobrar dependendo da cobrança feita por outros países.
Entre os primeiros a responder estão China e União Europeia, que prometeram retaliações. Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o bloco está “pronto para responder” caso não haja acordo. Ela disse ainda que a prioridade é a negociação, mas advertiu que o plano de resposta está pronto e será aplicado se necessário.
Resposta de países varia, mas revela postura com tom de firmeza
O governo chinês pediu que as tarifas sejam canceladas e criticou os Estados Unidos por ignorarem anos de diálogo comercial multilateral. O Ministério do Comércio do país afirmou que medidas para proteger os interesses nacionais estão sendo avaliadas.
Já no Reino Unido, o secretário de Comércio, Jonathan Reynolds, adotou um tom mais cauteloso. Apesar de manter os EUA como aliados, disse que a postura britânica será firme. “Temos uma gama de ferramentas à nossa disposição e não hesitaremos em agir”, afirmou.
Outros países europeus também expressaram insatisfação. O ministro da Economia da Espanha classificou as tarifas como “injustas” e “sem justificativa”. Na Alemanha, o ministro das Finanças, Joerg Kukies, defendeu uma reação firme, mas com espaço para o diálogo. “Seria ingênuo pensar que, se apenas ficarmos parados e deixarmos isso acontecer, as coisas irão melhorar”, declarou.
A resposta da Itália veio pela primeira-ministra Georgia Meloni, que afirmou estar disposta a buscar um entendimento, mas que não hesitará em proteger os interesses italianos em coordenação com os demais parceiros da União Europeia.
Tarifa de Trump pode levar a uma guerra comercial?
No leste asiático, o governo de Taiwan considerou as tarifas “muito irracionais” e prometeu discutir o assunto com os EUA. Já a Coreia do Sul anunciou que tentará negociar diretamente com Washington e avaliará o impacto nas indústrias locais.
O premiê da Austrália, Anthony Albanese, adotou uma abordagem diferente. Apesar de criticar a decisão como injusta, afirmou que o país não responderá com medidas similares. “Não entraremos em uma corrida para o fundo do poço”, disse.
Também houve manifestações da França, onde o presidente Emmanuel Macron anunciou uma reunião com setores afetados, e da Irlanda, cujo ministro do Comércio, Simon Harris, defendeu o diálogo como melhor caminho. “Negociação e diálogo são sempre o melhor caminho a seguir”, disse.
Suíça, Suécia e Noruega também se pronunciaram. Os suíços, por meio da associação Economiesuisse, chamaram as tarifas de injustificadas. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, declarou: “Não queremos uma guerra comercial”. A Noruega, por sua vez, indicou que pretende negociar com os EUA assim que possível.
Segundo Trump, o objetivo das tarifas é nivelar as condições comerciais, garantindo que os EUA não arquem sozinhos com os custos do livre comércio. A Casa Branca confirmou a imposição de uma tarifa de 20% sobre produtos europeus.
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