Cinema

Ucrânia conquista primeiro Oscar com documentário sobre guerra

Figuras públicas ucranianas comemoraram vitória do filme

No último domingo (10), durante a cerimônia dos Oscars 2024, o filme “20 Dias em Mariupol”  levou a estatueta de Melhor Documentário. Dirigida pelo fotojornalista Mstyslav Chernov, a obra é um relato em primeira pessoa sobre o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Ucrânia conquista seu primeiro Oscar – Créditos: Getty Images

No último domingo (10), durante a cerimônia dos Oscars 2024, o filme “20 Dias em Mariupol”  levou a estatueta de Melhor Documentário. Dirigida pelo fotojornalista Mstyslav Chernov, a obra é um relato em primeira pessoa sobre o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022. As filmagens acompanham um grupo de jornalistas que não conseguem sair da cidade após o início da invasão, e suas tentativas de registrar o conflito saindo com vida.

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O discurso do diretor foi, de fato, emocionante. “Esse é o primeiro Oscar na história da Ucrânia, e estou honrado. Provavelmente vou ser o primeiro diretor desse palco a falar que eu gostaria de nunca ter feito esse filme. Preferia não ter feito o filme em troca da Rússia não ter atacado o nosso povo”, disse.

Repercussão dentro da Ucrânia

Algumas figuras públicas ucranianas reagiram positivamente à comoção da comunidade cinematográfica e ao espaço em um dos maiores palcos do mundo. O presidente Volodymyr Zelensky, por exemplo, postou em seu canal do Telegram que o filme “mostra a verdade sobre o terrorismo russo”. Entretanto, o político havia sido proibido de participar da cerimônia.

Similarmente, Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente, enalteceu a vitória. “O primeiro Oscar na história [da Ucrânia]. E quão importante isso ser agora. O mundo sempre viu a verdade sobre os crimes da Rússia. A justiça sempre triunfa”.

Assim como o políticos, Dmytro Lubinets, chefe de direitos humanos, elogiou a produção por mostrar “toda a verdade ao mundo”. “Essa cerimônia é uma oportunidade de mobilizar milhões de pessoas. Foi isso que o diretor fez quando mencionou a ocupação, prisioneiros de guerra, o assassinato de ucranianos e o sequestro ilegal de civis”, escreveu no Telegram.

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Contexto

Chernov e os colegas (Evgeniy Maloletka e Vasilisa Stepanenko) chegaram na cidade de Mariupol uma hora antes da Rússia começar a bombardear o local. Com o passar dos dias, se tornaram os únicos jornalistas voltados para a mídia internacional. Sua missão era mostrar vítimas de ataques, túmulos em massa, o bombardeamento de uma maternidade e toda a devastação inerente ao conflito.

Eventualmente, durante a premiação, o diretor subiu ao palco acompanhado da editora Michelle Mizner e a produtora Raney Aronson-Rath. Foi o primeiro prêmio da Ucrânia e da agência de notícias Associated Press.

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