Coluna – A corrida da nova geração de videogames

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Mais de dois meses se passaram desde o lançamento do Xbox Series X|S e do PlayStation 5, consoles que deram início à nona geração de videogames. Ainda é cedo para tirar conclusões sobre a jornada e o papel que esses videogames vão cumprir nos próximos anos, mas já dá ao menos para enxergar o caminho que esses dois produtos irão trilhar em seu primeiro ano de vida.

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O PlayStation 5, por enquanto, tem liderado a corrida. Até o dia 9 de janeiro, aproximadamente 4,82 milhões de unidades do novo videogame da Sony foram adquiridas, segundo dados do VGChartz, site que monitora as vendas no mercado de games em todo o mundo. O total é muito superior ao alcançado pelo rival Xbox Series X|S (2,72 milhões), lançado dois dias antes.

Alguns detalhes tornam o número ainda mais impressionante: o PS5 teve o lançamento mundial dividido em fases ao longo de duas semanas. Na América do Norte e na Ásia, o videogame chegou às lojas em  12 de novembro de 2020. Uma semana depois, foi a vez da Europa e da América Latina, incluindo o Brasil, entre outras regiões. Já o modelo da Microsoft chegou simultaneamente a todos os mercados no dia 10 de novembro. Além disso, o volume de vendas alcançado nas primeiras nove semanas também ficou acima do conquistado pelo Switch (3,08 milhões) durante igual período desde o lançamento, em março de 2017. O console da Nintendo só alcançaria a marca da Sony em 22 semanas.

Ouso arriscar alguns motivos por trás da liderança precoce da Sony. O primeiro deles é um reflexo da geração anterior: o PlayStation 4 conquistou até agora mais que o dobro de vendas do Xbox One (115 milhões contra 50 milhões). Vale lembrar que ambos os consoles são retrocompatíveis (com suporte aos jogos da geração anterior) e que o PS4 tem indiscutivelmente uma biblioteca de jogos superior ao Xbox One. 

O PS5 também trouxe uma linha de games mais empolgante no lançamento, com exclusivos como Marvel’s Spider-Man: Miles Morales e Demon´s Souls, sem falar no fofíssimo Astro´s Playroom. Outros títulos, com lançamento prometido para 2021,  prometem movimentar o mercado: Nioh 2 e Ratchet & Clank, ambos previstos para o início deste ano; e Horizon: Forbidden West, que deve chegar às lojas no segundo semestre.

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Quanto ao Xbox Series X|S, além de Halo Infinite, é difícil lembrar de algum exclusivo já lançado, ou com lançamento próximo previsto. O jogo da 343 Studios deveria ter sido um dos destaques na apresentação ao público do videogame em novembro do ano passado. Atrasos provocados pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e a má recepção nas prévias do game entre fãs e jornalistas fez, no entanto, com que a Microsoft adiasse o jogo para o fim de 2021. Além da nova aventura de Master Chief, o único exclusivo de relevância (na minha opinião, diga-se de passagem) confirmado para 2021 é Microsoft Flight Simulator. Vale citar também The Medium, que chegou hoje (28) às lojas, mas, ainda não parece ter impacto suficiente para causar uma maior procura pelo videogame. A Microsoft demorou a investir em exclusivos e o resultado disso é que jogos esperados como Hellblade II, ou o recém anunciado Perfect Dark, não devem sair tão cedo.

O Game Pass, por enquanto, ainda é o único chamariz do console da Microsoft. O serviço que dá acesso a centenas de games mediante o pagamento de assinatura mensal ou anual é um modelo que tem dado certo e vem colecionando elogios por quem o experimenta. Porém, na falta de exclusivos na nova geração, muitos têm optado por manter o Xbox One, plataforma de praticamente todos os títulos disponíveis no Game Pass. 

Nesta semana, a Microsoft ameaçou duplicar o valor da assinatura do Xbox Live Gold, que dá acesso a descontos e jogos gratuitos, cujo maior atrativo é habilitar partidas multiplayer online (jogos com participação de vários jogadores). Ao elevar o plano anual de 60 para 120 dólares, muita gente interpretou que a empresa estaria “empurrando” o Game Pass para os jogadores. Afinal, por apenas 60 dólares a mais (aproximadamente o valor de um novo game), é possível assinar o Game Pass Ultimate, que oferece todos os benefícios do Game Pass e do Xbox Live Gold em um pacote só.

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A má repercussão da medida, porém, fez a empresa voltar atrás na decisão no mesmo dia. E ela ainda aproveitou para anunciar que games online gratuitos como Fortnite e Call of Duty: Warzone não exigirão mais uma assinatura do Xbox Live Gold. Situação já comum no PS4 e PS5, sem falar em títulos para PC que, em geral, não exigem nenhuma assinatura para partidas multiplayer.

E, mais uma vez, onde está o Switch no meio de tudo isso? Desde o lançamento, há quase quatro anos, o videogame da Nintendo já soma 77 milhões de unidades vendidas. A curva de crescimento é bem próxima a do Nintendo DS, que sairia de linha acumulando mais de 150 milhões de unidades comercializadas. Em dezembro, aliás, o Switch foi o videogame mais vendido nos EUA, segundo o instituto de pesquisa de mercado NPD. O total obtido (e não revelado) em todo o ano de 2020 é o segundo maior já alcançado por um console na terra do Tio Sam, atrás apenas do Wii em 2008.

Alguns boatos apontam que a empresa estaria preparando uma versão turbinada do videogame, com lançamento ainda este ano. Apesar disso, jogos como Super Mario 3D World, New Pokémon Snap e a sequência de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, aliados ao design único e preço baixo frente à concorrência, ainda devem tornar difícil a tarefa de tirar a coroa da casa do Mario por um bom tempo. Um sucessor para o Switch ainda não deve vir esse ano, mas eu não descartaria um lançamento já em 2022.

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Agência Brasil

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