O Brasil tem 11 cidades brasileiras que elegeram prefeito, vice e também vereadores de um mesmo partido nas eleições municipais de 2024. Dessas, dez se encontram na região Nordeste, nos estados de Alagoas, Ceará (duas cidades), Paraíba (três cidades), Piauí (2 cidades) e Rio Grande do Norte (duas cidades), e uma no estado de Goiás, região Centro-Oeste.
Essa concentração partidária pode provocar uma série de impactos na governança local, principalmente em termos de fiscalização e oposição. O fenômeno levanta questões sobre a saúde da democracia local, uma vez que a falta de grupos opositores pode comprometer a discussão de políticas públicas e a supervisão do executivo municipal.
Quais cidades elegeram todos representantes do mesmo partido?
No total, 11 municípios do Brasil elegeram todos seus candidatos de um único partido nas eleições de 2024. Confira a lista:
- Coxixola (PB);
- Poço Dantas (PB);
- Serra Grande (PB)
- Floresta do Piauí (PI);
- Jacobina do Piauí (PI);
- Ipaporanga (CE);
- São João do Jaguaribe (CE)
- Mar Vermelho (AL);
- Perolândia (GO);
- Pilões (RN);
- Rafael Godeiro (RN).
Esses municípios, ao elegerem representantes de um único partido, mostram um alinhamento político homogêneo em suas administrações locais, algo que é visto como raro, mas legal no sistema político brasileiro.
Como a legislação eleitoral trata essa situação?
A legislação eleitoral brasileira não impede que um partido consiga eleger todos os representantes em uma cidade, desde que o faça dentro das normas estabelecidas. O partido deve alcançar o coeficiente eleitoral necessário para garantir a eleição de seus candidatos. Em cidades como Ipaporanga, isso pode significar que o partido em questão organizou uma campanha muito eficaz.
O coeficiente eleitoral é um cálculo que decide quantas cadeiras cada partido ou coligação terá com base nos votos recebidos. Quando um só partido atinge o coeficiente várias vezes e outros não, ele consegue eleger todos seus candidatos, como observado em várias cidades.
Possíveis consequências dessa concentração de poder
Um dos riscos apontados por especialistas é a dificuldade de oposição a medidas e projetos governamentais, uma vez que todos os vereadores pertencem ao mesmo grupo político que o prefeito.
Com a ausência de oposição, a Câmara Municipal pode se tornar menos eficaz na fiscalização das ações do prefeito. Isso deposita uma carga maior sobre instituições externas, como o Ministério Público, para garantir que as ações da prefeitura sejam auditadas e estejam dentro da legalidade.
PSD foi o maior vencedor com 891 prefeitos e MDB com 864.
Resultado final👇 pic.twitter.com/m0K8jwNckh— Angela 🇧🇷🇮🇱🇺🇸 (@VozDaRepublica) October 28, 2024
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