Brasileiros deportados dos EUA relatam agressão em viagem: ‘uma tortura’

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Créditos: Reprodução

Um grupo de 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou ao Brasil, desembarcando no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. A jornada de volta, marcada por tensões e angústias, levantou preocupações sobre as condições enfrentadas durante o processo de deportação. Relatos indicam um tratamento rigoroso por parte dos agentes de imigração, bem como condições inadequadas a bordo do avião que os trouxe de volta ao país de origem. De acordo com a Polícia Federal, alguns brasileiros chegaram algemados no voo. Em território nacional, foram liberados das algemas.

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Os passageiros incluíam famílias que, surpreendidas por uma convocação para reunião com o departamento de imigração, acabaram por ser deportadas sem aviso prévio. Entre essas famílias, estavam Sandra Pereira de Souza e seu marido Alisdete Gonçalves dos Santos, que deixaram para trás todos os bens que haviam acumulado nos Estados Unidos.

“Um inferno, uma tortura desde que saímos da Louisiana. Deu para perceber que o avião tinha algum problema. Acho que foi uma falta de compromisso deles com os seres humanos, a gente estava morrendo de medo de morrer”, contou em entrevista ao G1.

O voo também transportava 16 agentes dos EUA e 8 membros da tripulação. O destino original da aeronave era Belo Horizonte, mas ela pousou em Manaus após apresentar problemas técnicos. A aeronave tinha como destino a cidade de Belo Horizonte, mas apresentou um problema técnico e precisou pousar em Manaus.

Qual é o impacto na vida dos deportados?

A deportação frequente de imigrantes latino-americanos dos Estados Unidos gera consequências significativas tanto para os indivíduos quanto para suas famílias. Muitos dos deportados tinham estabelecido residências e negócios, contribuindo ativamente para a economia local. O caso de Sandra e sua família ilustra como, em questão de horas, a falta de preparação e tempo para organizar a saída gera sofrimento e perdas financeiras consideráveis.

Não apenas as circunstâncias materiais são afetadas, mas também existe um forte abalo psicológico. A experiência de ser removido abruptamente de um ambiente onde se tinha certa segurança, apesar da irregularidade de status, impacta profundamente os indivíduos. Relatos como o de Carlos Vinícius de Jesus, que enfrentou tratamento agressivo por parte dos agentes, reforçam a hostilidade e a humilhação frequentemente associadas a esses processos.

Problemas técnicos e intervenção governamental: medidas necessárias?

Durante o voo de retorno ao Brasil, dificuldades técnicas no avião fizeram a aeronave pousar no Panamá para reparos. No entanto, a viagem prosseguiu sem a troca do avião, aumentando a insegurança dos passageiros. Ao chegar em Manaus, outro incidente ocorreu quando as turbinas do avião começaram a soltar fumaça. Nessas condições, a atitude do governo brasileiro foi crucial para assegurar um retorno mais seguro e digno, facilitando um voo diferente para completar a viagem.

A intervenção do governo, liderada pelo Ministro da Justiça, foi um ponto de alívio para os deportados, que, até então, enfrentavam uma situação de extrema vulnerabilidade. Outros passageiros relataram ameaças e agressões vindas. “Foi terrível, vim preso nos braços, nas pernas e na cintura, eles não respeitaram a gente. Bateram em nós. Disseram que iam deixar derrubar o avião e que o nosso governo não era de nada”, relatou o brasileiro Carlos Vinícius de Jesus. Ele estava preso desde 2023, quando foi pego durante uma tentativa ilegal de imigração pelo México.

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Em resposta às denúncias, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, proibiu o uso de algemas nos deportados brasileiros, ressaltando a soberania nacional e os direitos constitucionais dos  cidadãos.

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