GOLPE DE ESTADO?

Ex-comandante do Exército teria ameaçado Bolsonaro de prisão, diz Cid em delação

“Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”, teria dito o general Marco Antônio Gomes ao presidente para frear suposta tentativa de mudar o resultado das eleições

Ex-comandante do Exército teria ameaçado Bolsonaro de prisão, diz Cid em delação
Mauro Cid afirmou à PF que o então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, teria dado voz de prisão a Bolsonaro (Crédito Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Na delação do tenente-coronel Mauro Cid constaria que o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, teria ameaçado dar voz de prisão a Jair Bolsonaro.

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Cid teria afirmado à Polícia Federal (PF) que a conversa aconteceu durante reunião em que o ex-presidente buscou apoio da cúpula das Forças Armadas para dar um golpe de Estado e prender opositores e o atual presidente, Lula, vencedor da eleição presidencial.

O ex-ajudante de ordens contou também que o almirante Almir Garnier, da Marinha, teria sido o único entre os comandantes das três Forças a colocar as tropas à disposição do golpe de Bolsonaro; o brigadeiro Carlos Batista, da Aeronáutica, teria ficado calado.

A reação do então comandante do Exército teria ocorrido no dia 24 de novembro quando, em reunião fora da agenda no Palácio do Planalto, Bolsonaro perguntou aos comandantes das três forças se estariam fechados com ele para contestar o resultado das urnas.

Garnier teria aderido de imediato, segundo delação premiada de Cid. Já Freire Gomes afirmou que não compactuava com o plano e foi além: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”.

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Segundo reportagem de Maria Cristina Fernandes, no Valor, o general tinha conhecimento de que não havia condições para o golpe dentro do Exército. Ele tinha ciência que os comandantes do Sul, Fernando Soares; do Sudeste, Thomaz Paiva; do Leste, André Novaes; e do Nordeste, Richard Nunes, não apoiariam quaisquer aventuras golpistas de Bolsonaro.

Além disso, Freire Gomes sabia que um golpe dado por Bolsonaro não teria apoio dos Estados Unidos, tanto de militares, quando de civis. Seis comitivas americanas enviadas pelo presidente Joe Biden já teriam vindo ao Brasil em 2022 para dar esse recado a Bolsonaro e às Forças Armadas.

 

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