No Dia das Mulheres, Nikolas Ferreira (PL-MG) ocupou a tribuna da Câmara para dizer que “mulheres estão perdendo o seu espaço” para “homens que se sentem mulheres”. Em seguida, colocou uma peruca e iniciou seu discurso ridicularizando a comunidade LGBTQIA+.
O deputado tem 26 anos e foi o mais votado do Brasil nas eleições do ano passado. Em discurso na Câmara em homenagem ao 08 de março, Nikolas colocou uma peruca loira e, com deboche, se apresentou aos colegas como “deputada Nicole”.
Em tom de ironia, afirmou aos colegas: “Hoje eu me sinto mulher”.
Quando nos deparamos, em pleno século XXI com este tipo de discurso, a impressão que fica é que o retrocesso toma conta do Brasil. Ou de grande parte dele, já que o ataque verbal partiu do deputado mais votado do país. Quem votou nele também pensa assim?
Dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam que, infelizmente, sim. Em 2022, 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas o Brasil de Nikolas. Outras 20 tiraram a própria vida por não suportarem viver com o preconceito do Brasil de Nikolas. Ainda de acordo com o documento, entre os assassinatos do ano passado, 130 referem-se a mulheres trans e travestis. A pessoa mais jovem a morrer assassinada tinha 15 anos e quase 90% das vítimas tinham de 15 a 40 anos.
O triste episódio de hoje, orquestrado por Nikolas Ferreira, mostra que temos pouco a comemorar como seres humanos e muito a refletir sobre questões de gênero.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Site Perfil Brasil